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Líderes trocam integrantes da comissão que discute medidas anticorrupção

Os líderes partidários negam que as mudanças tenham objetivos pouco republicanos



Como parte da estratégia para aprovar um pacote anticorrupção mais brando para a classe política, líderes partidários promoveram uma série de mudanças na composição da comissão especial da Câmara que analisa as medidas propostas pelo Ministério Público Federal. Desde o dia 9 deste mês, pelo menos dez substituições foram realizadas: seis entre os deputados titulares e quatro entre os suplentes.

Nos bastidores, a mudança de integrantes do colegiado tem sido apontado como uma tentativa de derrubar o parecer apresentado pelo relator, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e conseguir aprovar um texto alternativo mais favorável aos interesses do Congresso. A crítica dos líderes partidários é que o parecer do deputado gaúcho reflete apenas as ideias do MP, autor do pacote original. A comissão é composta por 30 deputados titulares e 30 suplentes.

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[SAIBAMAIS]Dois pontos são considerados cruciais para os parlamentares contrários ao parecer do relator: incluir a anistia explícita à prática de caixa 2 e a possibilidade de juízes e integrantes do MP responderem por crime de responsabilidade.

Líderes partidários negam que as mudanças tenham objetivos pouco republicanos. Deputados ouvidos pela reportagem afirmam que foram substituídos por não concordar com a ideia de votar um texto diferente do apresentado por Lorenzoni.

Um dos titulares substituídos, o deputado Ricardo Izar (PP-SP), disse ter ficado "surpreso" quando foi comunicado da mudança pela liderança do partido, que tem a prerrogativa de fazer as trocas. Em seu lugar, o PP escalou Fausto Pinato (SP), que já apresentou um voto em separado no qual apoia a punição mais rígida para os integrantes do Poder Judiciário.

O PTB também trocou o deputado Paes Landim (PI) por Nelson Marquezelli (SP). O PR, por sua vez, trocou a deputada Gorete Pereira (PR) por José Carlos Araújo (BA).


Por Agência Estado