postado em 21/11/2016 09:18
Como parte da estratégia para aprovar um pacote anticorrupção mais brando para a classe política, líderes partidários promoveram uma série de mudanças na composição da comissão especial da Câmara que analisa as medidas propostas pelo Ministério Público Federal. Desde o dia 9 deste mês, pelo menos dez substituições foram realizadas: seis entre os deputados titulares e quatro entre os suplentes.
Nos bastidores, a mudança de integrantes do colegiado tem sido apontado como uma tentativa de derrubar o parecer apresentado pelo relator, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e conseguir aprovar um texto alternativo mais favorável aos interesses do Congresso. A crítica dos líderes partidários é que o parecer do deputado gaúcho reflete apenas as ideias do MP, autor do pacote original. A comissão é composta por 30 deputados titulares e 30 suplentes.
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[SAIBAMAIS]Dois pontos são considerados cruciais para os parlamentares contrários ao parecer do relator: incluir a anistia explícita à prática de caixa 2 e a possibilidade de juízes e integrantes do MP responderem por crime de responsabilidade.
Líderes partidários negam que as mudanças tenham objetivos pouco republicanos. Deputados ouvidos pela reportagem afirmam que foram substituídos por não concordar com a ideia de votar um texto diferente do apresentado por Lorenzoni.
Um dos titulares substituídos, o deputado Ricardo Izar (PP-SP), disse ter ficado "surpreso" quando foi comunicado da mudança pela liderança do partido, que tem a prerrogativa de fazer as trocas. Em seu lugar, o PP escalou Fausto Pinato (SP), que já apresentou um voto em separado no qual apoia a punição mais rígida para os integrantes do Poder Judiciário.
O PTB também trocou o deputado Paes Landim (PI) por Nelson Marquezelli (SP). O PR, por sua vez, trocou a deputada Gorete Pereira (PR) por José Carlos Araújo (BA).
Por Agência Estado