Julia Chaib
postado em 21/11/2016 17:19
O presidente Michel Temer garantiu nesta segunda-feira (21/11) que, apesar de ser alvo de denúncias divulgadas no último fim de semana, o ministro da Secretaria-Geral de Governo, Geddel Vieira Lima, não será demitido. O ministro peemedebista é acusado pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de tê-lo pressionado para favorecer interesses pessoais. Calero deixou o cargo na última sexta-feira e atrelou o pedido de demissão às supostas pressões.
"Em primeiro lugar, o Ministro Geddel Vieira Lima continua à frente da Secretária-Geral da Presidência. O presidente Michel Temer ressalta, adicionalmente, que todas as decisões sob responsabilidade do Ministério da Cultura são e serão encaminhadas e tratadas estritamente por critérios técnicos, respeitados todos os marcos legais e preservada a autonomia decisória dos órgãos que o integram, tal como ocorreu no episódio de Salvador", afirmou nesta tarde, o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola.
Calero acusa Geddel de pressioná-lo de diversas formas para conseguir a liberação de uma licença para um empreendimento imobiliário em Salvador contra um parecer contrário do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As declarações geraram uma crise no Palácio do Planalto.
Na manhã desta segunda, a maioria dos conselheiros da Comissão de Ética Pública da Presidência da República votou pela abertura de processo investigatório contra Geddel. Cinco dos sete integrantes do colegiado aprovaram a abertura da investigação. O processo só não foi efetivamente aberto porque um dos conselheiros, José Saraiva, pediu vista. A próxima reunião do conselho está marcada para o dia 14. A comissão poderá investigar se Geddel violou a lei sobre conflito de interesses.
"A interferência mesmo que informal de autoridade em interesse privado configura violação ao ponto de conflito de interesse. Não podemos falar sobre o caso concreto", disse o presidente do colegiado, Mauro de Azevedo. Geddel é dono de uma unidade do prédio de de 32 andares em Salvador, que não poderia ser construído por ficar em área tombada, segundo o Iphan. O empreendimento seria construído na Ladeira da Barra, área nobre de Salvador.