Julia Chaib
postado em 23/11/2016 12:12
Integrante da Comissão de Ética da Presidência da República, o conselheiro José Saraiva pediu afastamento da investigação sobre o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, por "suspeição". O conselheiro é o único membro nomeado no governo do presidente Michel Temer e teve indicação de Geddel para ocupar o colegiado.
Saraiva pediu saída do processo por "suspeição por fatos supervenientes" em "questionamentos divulgados em veículos de comunicação". O conselheiro é um dos advogados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) da Bahia, que representa construtoras do estado, entre elas a Cosbat, dona do projeto imobiliário alvo de polêmica com Geddel. A informação consta em reportagem da Folha de S.Paulo.
O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero entregou o cargo na última sexta-feira alegando ter sidoser pressionado por Geddel para conseguir autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção do empreendimento em Salvador. Geddel tem uma unidade no projeto imobiliário. Baiano como Geddel, Saraiva recebeu em 2012 o título de cidadão de Salvador pela Câmara Municipal, por indicação do então presidente da Casa à época, Pedro Godinho (PMDB). Na última segunda-feira, data da abertura do processo investigatório contra Geddel, Saraiva chegou a pedir vistas pela manhã, mas mudou de posição à tarde, após ligação do ministro pedindo celeridade ao caso.
Advogado da tia
Segundo o Correio apurou, Saraiva também advoga para a tia de Geddel Vanda de Souza Vieira Lima, em uma causa no Tribunal de Justiça da Bahia, juntamente com outros dois representantes legais. A comissão de Ética determina que haverá o impedimento do conselheiro se for amigo íntimo do denunciante ou representante do denunciado "ou de seus respectivos cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau".