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Juiz manda prender Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do RJ

O magistrado atendeu a pedido do Ministério Público Federal, na denúncia oferecida pelos procuradores contra os réus na Operação Calicute

Paula Pires - Especial para o Correio
postado em 06/12/2016 16:21
O juiz Marcelo Bretas, da 7; Vara Federal Criminal, determinou na tarde desta terça-feira (6) a prisão preventiva de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral. Ela está está sendo acusada de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A prisão de Adriana acontece 19 dias após a do marido Sérgio Cabral, indicado como chefe do grupo que desviou, pelo menos, R$ 224 milhões, em obras com diversas empreiteiras como a reforma do Maracanã e o Arco Metropoliltano, em troca de aditivos em contratos públicos e incentivos fiscais.

Ao aceitar a denúncia da Operação Calicute do Ministério Público Federal, o juiz disse que "a requerida, advogada de grande prestígio no meio forense, não está sendo investigada pela prática de atos que ela teria cometido no exercício de função pública, e sim por participar de uma grande Organização Criminosa que, como apontam as investigações, teria se instalado na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a partir do então Governador do Estado Sérgio Cabral, seu marido.;

A Polícia Federal concluiu no dia (30) o inquérito policial relativo à 1; fase da Operação Calicute. As investigações resultaram em 16 pessoas indiciadas pelos Delegados Federais que conduziram o procedimento por crimes que vão de corrupção passiva e ativa, organização criminosa a lavagem de dinheiro. Serão instaurados ainda outros inquéritos policiais para aprofundamento de novas vertentes da investigação. Entre os indiciados pela PF estavam Cabral e a mulher dele, Adriana Ancelmo.

O esquema


De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Cabral cobrava ;propina; das empreiteiras para que estas fechassem contratos com o governo do estado. As construtoras, por sua vez, faziam ;consórcios; para fraudar as licitações.

Os investigadores levantaram que 5% do valor de cada contrato ia para Cabral e 1% para a Secretaria Estadual de Obras - percentual conhecido como "taxa de oxigênio". Cabral ganhava ;mesada; das empreiteiras , valor que girava entre R$ 200 mil e R$ 500 mil.

Ainda segundo os investigadores, o ex-governador liderava uma organização criminosa e tinha como principais operadores os ex-secretários estaduais de Obras, Hudson Braga, e de Governo, Wilson Carlos Carvalho, também presos.

A quadrilha criminosa teria desviado R$ 220 milhões, de acordo com estimativa dos investigadores. A polícia afirma que mais empresas possam estar envolvidas.

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