Julia Chaib
postado em 11/12/2016 20:32
[FOTO1]Dois dias após a divulgação dos termos de um acordo de delação premiada da Odebrecht que atinge em cheio a cúpula do PMDB, o presidente Michel Temer reuniu aliados neste domingo (11/12) para traçar estratégias na tentativa de criar uma agenda positiva e abafar as denúncias da Lava-Jato. Temer quer lançar essa semana um pacote de medidas econômicas e garantir a aprovação da admissibilidade da PEC da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e aprovação da PEC 55, do teto dos gastos, no Senado.
Entre os aliados que estiveram com Temer no Palácio do Jaburu neste domingo, está o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). O presidente quer resolver nessa semana o imbróglio sobre a sucessão do ex-ministro Geddel Vieira Lima na Secretaria de Governo, escalando um nome do PSDB, fiel da balança, para a pasta.
Imbassahy (BA), que ainda é cogitado, chegou a ser sondado para o Ministério, mas um grupo de parlamentares do centrão, que reúne cerca de 13 partidos pequenos e médios, se opuseram e ameaçaram travar votações importantes. O PSDB é essencial para o governo aprovar as medidas econômicas.
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[SAIBAMAIS]O líder do PSD, Rogério Rosso (DF) reuniu-se com Temer e afirmou que o presidente deverá se reunir com a equipe econômica até amanhã para fechar o pacote. A série de oito medidas, que inclui a liberação de mais crédito para micro e pequenas empresas e facilitar a renegociação da dívida de grandes companhias, já vinha sendo estudada pela equipe econômica.
Temer esteve reunido à tarde com o secretário-executivo do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco.O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, chegou a Brasília, mas até as 20h, não tinha se reunido com Temer. Ambos ministros são ciitado nas delações da Odebrecht.
Depoimento do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebretch, Carlos Melo Filho, diz que Temer pediu dinheiro à companhia, entregue a assessores próximos, inclusive Padilha.O termo do acordo da delação também envolve os principais líderes do PMDB no Senado, que teriam recebido recursos para campanhas eleitorais e em troca da aprovação de medidas de interesse da empreiteira.
O Palácio recebeu com "preocupação" as denúncias, mas buscou adotar um tom de cautela. O líder do PSD, Rosso disse que o presidente estava ;sereno; e afirmou confiar nas instituições. ;A prioridade é a retomada da economia. No Senado, a PEC dos gastos. E na Câmara, a reforma da previdência. O foco é o ajuste fiscal. E o presidente disse que confia nas instituições e na independência dos poderes, principalmente do Judiciário;, disse o deputado.
O governo busca garantir o acordo para aprovar a PEC 55 no Senado, aprovada em primeiro turno por 61 votos. O segundo turno está marcado para a próxima terça-feira (13/12).