[SAIBAMAIS]A avaliação do Planalto é a de que o governo não pode ficar "sangrando" diariamente, enquanto "pipocam" pedaços de delações não homologadas. Um auxiliar de Temer disse que "governo nenhum resiste a esse bombardeio", agravado pela crise econômica, ao lembrar que ainda virão outros 76 depoimentos de executivos da Odebrecht.
A estratégia do governo é questionar a legalidade das delações que vieram a público até agora e, embora o discurso oficial seja o de que não se espera a anulação dos depoimentos, o requerimento lembra que, "em situação análoga", Janot suspendeu tratativas de colaboração premiada. Foi uma referência ao cancelamento da delação do ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, após vazamento do conteúdo da proposta Naquele caso, porém, o acordo com a força-tarefa da Lava Jato ainda não havia sido assinado.
Pouco antes de se reunir com Janot nesta segunda na sede da Procuradoria-Geral da República, Moraes foi chamado para uma conversa com Temer, no Planalto. O encontro com Janot não constava na agenda do ministro da Justiça, que previa compromisso em São Paulo, naquele horário, e só foi atualizada após a reunião vir a público.
O presidente planejou escrever o texto após conversar com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, na noite de domingo (11/12), no Palácio do Jaburu. O assunto também foi discutido em almoço, nesta segunda, com os dois e também com o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR). Todos ali foram acusados por Melo Filho de serem beneficiários de pagamento de propinas pela empreiteira.
Janot não quis falar sobre a conversa com Moraes. Afirmou, porém, que eles não trataram de Lava Jato, mas, sim, da criação de um grupo para atuação em uma "investigação do Rio".
Por Agência Estado