Politica

Investigadores veem 'desespero' de Michel Temer em carta a Janot

Para eles, aparentemente, o presidente demonstra "desespero" com a possibilidade de seu governo ser atingido pelas apurações da Lava-Jato e as informações da Odebrecht

Eduardo Militão
postado em 14/12/2016 10:30

Para eles, aparentemente, o presidente demonstra


Um dia depois de o presidente Michel Temer pedir ;celeridade; ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na investigação das delações premiadas da Odebrecht na Lava-Jato para não atrapalhar a agenda econômica empreendida por ele, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou, em nota, que as apurações têm seu próprio tempo. ;O desenvolvimento das investigações obedece tempo próprio, independentemente da agenda política do país;, afirmou a Procuradoria-Geral da República em nota, na noite de terça-feira. ;Nenhuma investigação tem como objetivo interferir ou influenciar a agenda política do país.;

A nota inicia o texto afirmando ser uma resposta a uma notícia publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual procuradores consideravam Temer ;inimigo; e que fariam de tudo para ;derreter; o governo do PMDB. ;O Ministério Público Federal somente exerce sua função de apurar indícios de crimes citados por colaboradores, com responsabilidade e profissionalismo.;

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Mais cedo, a força-tarefa no Paraná reafirmou que não persegue políticos e partidos. ;O trabalho realizado pela força-tarefa é técnico, impessoal e sem qualquer viés político-partidário, e continuará sendo feito desta forma.;

"O desenvolvimento das investigações obedece tempo próprio, independentemente da agenda política do país;

Trecho da nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República


Durante o dia de ontem, antes da nota da PGR, investigadores ouvidos pelo Correio criticaram a carta de Michel Temer e destacaram a necessidade de separação entre os Poderes, como Executivo e Judiciário.

Para eles, aparentemente, o presidente demonstra ;desespero; com a possibilidade de seu governo ser atingido pelas apurações da Lava-Jato e as informações da Odebrecht. As apurações já estão andando de forma rápida, avaliaram. O presidente disse na carta que a divulgação das informações atrapalha a condução das políticas para retomar a economia brasileira. No entanto, é a corrupção, e não a investigação que estraga as finanças nacionais, na avaliação de investigadores.

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