postado em 14/12/2016 12:15
Um dia após a aprovação da PEC do teto em segundo turno no Senado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recebeu no fim da manhã desta quarta-feira (14/12), em seu gabinete líderes do chamado Centrão na Câmara dos Deputados para tentar alinhavar a estratégia com esse setor da base do governo no parlamento. A reunião ocorre a pedido dos próprios deputados, que vieram avaliar o resultado das votações anteriores. Eles deixaram claro que o próximo grande projeto do governo, que é a reforma da Previdência, terá uma tramitação mais complexa do que o teto para gastos públicos.
[SAIBAMAIS]De acordo com o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), a reforma da Previdência é tão importante quanto a PEC do teto para a recuperação do dinamismo da economia. "Mas essa é uma discussão mais profunda e mais difícil para se chegar a um consenso. Mas teremos maioria. Acredito que teremos muitas mudanças até o texto final", disse o deputado, ao deixar a reunião.
Segundo ele, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deve aprovar com facilidade, nesta quarta, a admissibilidade da PEC da reforma da Previdência para, aí sim, a Casa criar a comissão especial que analisará a medida.
Já o líder do PTB Jovair Arantes (GO), disse que o Centrão irá votar junto com o governo tanto na reforma da Previdência quanto na modernização das leis trabalhistas que podem ser enviadas ao Congresso no próximo ano. "O Centrão está alinhado com o governo e assim como na PEC do teto, vamos votar juntos pelo País", disse o parlamentar.
O líder do PSB, Rogério Rosso (DF), avaliou que, apesar de estarem comprometidos com as pautas do governo, diferentemente da PEC do teto, a reforma da Previdência é uma mudança de regra sobre a qual cada parlamentar tem suas próprias convicções. "A reforma é fundamental e a comissão especial terá o tempo necessário para fazer as mudanças no texto que a Câmara achar necessárias."
Os três parlamentares, que já deixaram a reunião, disseram que Meirelles fez uma rápida explanação sobre as linhas gerais do pacote de medidas microeconômicas que será lançado pelo presidente Michel Temer na quinta-feira. Assim como já dito pelo ministro na terça, seriam ações para facilitar o acesso ao crédito e desburocratizar o ambiente de negócios.
De acordo com Rosso, as medidas terão alcance de curto prazo e pode haver ações específicas para Estados e municípios. Mas Meirelles não deu ainda detalhes sobre o pacote.
Por Agência Estado