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Temer defende manutenção do texto do projeto da Reforma da Previdência

A proposta é considerada pela equipe econômica como um complemento à Emenda Constitucional que estabeleceu o teto dos gastos públicos no sentido de tentar equilibrar as contas da União

postado em 22/12/2016 14:17
Durante a conversa com os jornalistas, o presidente também fez um balanço dos primeiros sete meses de governo e ressaltou que, apesar de ter havido recuos em algumas decisões, não tem compromisso com o erroO presidente Michel Temer defendeu nesta quinta-feira (22/12), que não sejam feitas alterações no projeto da Reforma da Previdência encaminhado pelo governo ao Congresso Nacional no início deste mês. A proposta é considerada pela equipe econômica como um complemento à Emenda Constitucional que estabeleceu o teto dos gastos públicos no sentido de tentar equilibrar as contas da União.

"O projeto foi fruto de longos meses de trabalho da equipe que cuidou da Previdência. Nós chegamos à conclusão de que, fazendo isso, seria extremamente útil para o País. Agora, se o Congresso quiser modificar o texto, nós vamos dialogar, vamos conversar. Mas, no momento, queremos que seja aprovado tal como está", afirmou Temer.

Apesar de defender a manutenção do texto, Temer lembrou que, em razão de ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ela será promulgada pelo Congresso e não poderá passar por possíveis vetos presidenciais. "O palco próprio para a discussão da Previdência é menos o Executivo e mais o Legislativo. Nós seremos obedientes à decisão final do Legislativo, até porque se trata de PEC e não vai à sanção", disse.

A PEC da Reforma Previdenciária teve sua admissibilidade aprovada na madrugada da última quinta-feira (15/12), na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A discussão do mérito da proposta ocorrerá em Comissão Especial. Após passar por essa etapa, a PEC deverá ser votada em dois turnos no plenário da Câmara, antes de seguir para análise do Senado.

Temer disse ainda que o baixo índice de aprovação de seu governo tem sido aproveitado para fazer mudanças necessárias para a retomada do crescimento econômico do País. "A baixa popularidade do governo é que tem permitido tomar medidas que alguém com popularidade extraordinária não poderia tomar. Estou aproveitando a suposta impopularidade para tomar medidas que são fundamentais para o País", afirmou.

Em tom de descontraído, ele ainda comentou as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que comparou o atual governo a uma "pinguela". "Quando eu era menino, eu sou do interior do Estado de São Paulo, havia um riacho e eu e alguns colegas brincávamos muitos numa pinguela, para atravessar esse riacho... sabe que nunca cai", brincou.

Erros


[SAIBAMAIS]Durante a conversa com os jornalistas, o presidente também fez um balanço dos primeiros sete meses de governo e ressaltou que, apesar de ter havido recuos em algumas decisões, não tem compromisso com o erro. "Eu acho que eu tenho muitos erros, muitos acertos, como é natural num governo. Agora, eu quero repetir aqui a frase do presidente Juscelino: eu não tenho compromisso com o erro. Quando eu percebo que erro, eu logo conserto. É interessante quando você erra, as pessoas acham que você não pode recuar. E daí vem "Temer recua", não me incomodo. Porque eu traduzo "Temer recua" com a seguinte expressão: "Não tem compromisso com o erro". Isso é fundamental para o governante".

Segundo ele, um dos momentos mais angustiantes de seu governo foi no episódio da exoneração do então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). O peemedebista deixou a pasta, no dia 25 de novembro, após o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusá-lo de ter pressionado para rever uma decisão que embargava um empreendimento imobiliário em que o ex-titular da Secretaria de Governo tinha uma unidade. "No caso do Geddel, foram cinco dias, foi uma coisa angustiante, é verdade", afirmou.

Na avaliação do presidente não houve demora para se tomar uma decisão sobre o caso. "Estou dizendo isso para mostrar que nesses 5, 6 dias foram momentos muito agitados e, afinal, o ministro Geddel acabou saindo, portanto, compreendendo as naturais angústias do governo", disse.
Por Agência Estado

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