Eduardo Militão
postado em 03/01/2017 06:00
Oito deputados tomaram posse nesta primeira segunda-feira do ano para substituir os novos prefeitos, vices e secretários municipais, que assumiram cargos no domingo. O entra e sai de parlamentares chega aos 20 políticos de acordo com levantamentos das duas Casas e do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) (veja quadro). Apesar disso, pouco deve mudar na composição do Congresso em relação à base do presidente Michel Temer (PMDB). Na oposição, três parlamentares deixam o Legislativo para assumirem postos nas prefeituras, mas outros três assumem vagas em Brasília.
[SAIBAMAIS]Como a base é numericamente semelhante, a nova composição em nada afeta a relação do Congresso com as reformas pretendidas pelo governo. Uma delas é a reforma na Previdência, que, entre as mudanças, pretende criar uma idade mínima mais elevada para a aposentadoria de homens e mulheres. Os desafios maiores são a impopularidade do projeto e a própria instabilidade causada pelas revelações da Operação Lava-Jato. Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defendâ-la. ;Se o governo não fizer as reformas, não terá mais condições de refinanciar a dívida;, afirmou. ;A reforma vem para, no curto prazo, gerar emprego e baixar taxa de juros e, no médio e longo prazos, para a Previdência, quando a gente for se aposentar, não acontecer como infelizmente houve no Rio de Janeiro, que a Previdência quebrou e não tem dinheiro para pagar as aposentadorias e as pensões.;
Rodrigo Maia aposta que até junho será votada a Reforma da Previdência independentemente de quem for eleito o novo presidente da Câmara. ;Tenho certeza de que ele vai ter o compromisso com o Brasil de pautar uma matéria que é urgente;, reiterou. Maia defendeu a retirada das contrapartidas aos estados na renegociação da dívida, apesar do veto de Temer. Segundo ele, há um acerto com o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, de que nenhum estado poderá gastar mais que a inflação nos dois anos finais dos mandatos. ;Isso já é um grande ganho. O governo vai encaminhar para a Casa um novo projeto para dar uma solução que foi pensada de última hora no Senado.;
Novas e velhas figuras
De acordo com o Diap, apenas 19 deputados e um senador venceram as eleições para prefeito e vice em 2016. O grupo representa 24% dos 83 congressistas que saíram em busca de votos este ano. Além dos eleitos, vários viraram secretários. Só no Rio, Índio da Costa (PSD), Clarissa Garotinho (PR) e Luiz Carlos Ramos (PTN) devem assumir cargos na administração municipal. A dança de cadeiras no Congresso traz de volta a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB-RS). Ela assume a vaga de deputada federal após anos de ostracismo. A tucana foi eleita governadora do Rio Grande do Sul em 2006, mas enfrentou uma grave crise político-econômica no estado e não conseguiu passar para o segundo turno em 2010, quando o PT ganhou a disputa. Em 2014, Yeda nem sequer conseguiu um cargo na Câmara. Agora, com a vitória de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) para Porto Alegre, a tucana retorna a Brasília depois de mais de 10 anos.
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