Politica

Motins em presídios escancaram aumento das facções criminosas pelo país

Só nos primeiros oito dias deste ano, quase 100 detentos morreram em presídios brasileiros e diversos estados estão em alerta para rebeliões

postado em 09/01/2017 06:00

As 98 mortes ocorridas nas cadeias do país somente em 2017 expuseram uma tragédia anunciada há anos por pesquisadores do sistema carcerário e demonstrou o crescimento do domínio das facções criminosas pelo país e do poder de fogo delas. De acordo com levantamento dos setores de inteligência da segurança pública, ao menos 27 grupos atuam no tráfico de drogas e de armas no país e incitam a violência ; a maioria deles ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) ou ao Comando Vermelho (CV). O número é mais que o dobro do revelado em 2013, quando 13 organizações eram monitoradas no país.

Organizados e com regras, os grupos atuam de maneiras diferentes. O estatuto do PCC, apreendido na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), é direto: ;não somos sócios de um clube, e sim integrantes de uma organização criminosa;. O documento tem 18 artigos e está escrito a mão em folha de caderno. Os escritos constam de denúncia que o Ministério Público de Roraima apresentou à Justiça em novembro de 2014. Naquele ano, a Promotoria já alertava para o ;Tribunal do Crime; instalado pelo PCC no sistema prisional do estado, inclusive na Monte Cristo, em que, na madrugada da última sexta-feira, 33 prisioneiros foram executados ; tiveram as cabeças cortadas e até coração arrancado.

Só nos primeiros oito dias deste ano, quase 100 detentos morreram em presídios brasileiros e diversos estados estão em alerta para rebeliões

A acusação define o PCC como ;verdadeiro grupo de extermínio;. ;A facção em comento é altamente estruturada, sendo que os integrantes frequentemente mencionam um código de ;conduta; e ;ética; do crime, que deveriam seguir, tanto que o descumprimento das normas do estatuto é punido até mesmo com a pena de morte, denominada por eles de ;xeque-mate;, afirma a promotoria. Durante a investigação, o Ministério Público de Roraima identificou grampos que tratavam de julgamento e punição dos membros por descumprimento do estatuto. O artigo I é claro. ;Todos os integrantes devem lealdade e respeito ao PCC.; A regra seguinte aponta para a luta por ;paz, justiça, liberdade, igualdade e união, visando crescimento da nossa organização, respeitando sempre a ética do crime;.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação