Politica

Operação da PF mira Geddel Vieira Lima e esquema de fraude na Caixa

Agentes da Polícia Federal fazem buscas e apreensões em endereços residenciais e comerciais em três estados e no DF

Jacqueline Saraiva, Eduardo Militão
postado em 13/01/2017 09:34
Um esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica Federal (CEF) é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF), na Operação Cui Bono, um desdobramento da Catilinárias, realizada em 15 de dezembro de 2015. Desde o início da manhã desta sexta-feira (13/1), agentes fazem buscas e apreensões em endereços residenciais e comerciais em três estados e no Distrito Federal. O esquema seria composto, entre outros, pelo ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que foi alvo de busca e apreensão e Salvador.

[SAIBAMAIS]No total, são sete mandados de busca e apreensão, que foram determinadas pelo juiz da 10; Vara da Justiça Federal no DF. As cidades onde ocorrem as ações são Bahia, Paraná e São Paulo, além da capital federal. Os crimes investigados são de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

De acordo com a investigação, as fraudes teriam ocorrido ao menos entre 2011 e 2013. Além de Geddel Vieira Lima, também são suspeitos de integrarem o esquema criminoso o Vice-Presidente de Gestão de Ativos, um servidor da Caixa Econômica, empresários e dirigentes de empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias, de empreendimentos imobiliários, além de um operador do mercado financeiro.

Em 2015, policiais federais haviam encontrado, durante a Operação Catilinárias, um aparelho celular em desuso na residência do então Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Com autorização da Justiça, o aparelho foi submetido à perícia e foram encontrados registros de mensagens eletrônicas entre Cunha e Geddel. O deputado achacava grandes empresas de créditos para que estas conseguissem empréstimos na Caixa Econômica e pagassem propina para ele. Os valores eram colocados em contas no exterior.

A Polícia Federal passou então a investigar o caso, que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF), por se tratar de uma apuração contra pessoas que detinham prerrogativa de foro por função. Com o afastamento dos investigados dos cargos e funções públicas que exerciam, a Corte decidiu declinar da competência e encaminhar o inquérito à Justiça Federal do DF.

Cui Bono

O nome da operação da PF significa "a quem beneficia". A expressão do latim foi atribuída ao cônsul Romano Lúcio Cássio Ravila e é empregada por investigadores com o sentido de sugerir que a descoberta de um possível interesse ou beneficiado por um delito pode servir para descobrir o responsável maior pelo crime.

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