Dinheiro oculto
Procurado
O delegado Tacio Muzzi, da Polícia Federal, afirmou, em coletiva à imprensa que, caso Eike Batista não entre em contato em curto prazo, será considerado foragido da Justiça. A Justiça Federal deu ordem de prisão preventiva contra o empresário dono do grupo EBX na investigação da Operação Eficência, em curso nesta quinta-feira (26/1).
De acordo com Muzzi, há indícios de que ele teria deixado o país na noite de 24 de janeiro com destino a Nova York, nos Estados Unidos. Também é apurada a informação de que ele teria saído com passaporte alemão. No entanto, não havia prévio conhecimento da Polícia Federal sobre o fato. "Os investigados foram acompanhados e não havia restrição para sair (do país), porque isso comprometeria a investigação", afirmou.
A informação de que Eike havia viajado só chegou ao conhecimento da PF na madrugada de hoje. Agentes foram à casa do empresário, no Jardim Botânico, mas não o encontraram. Um advogado teria avisado sobre a viagem de Eike e que ele se apresentaria posteriormente à Justiça, em data não definida. "A PF está em pleno contato com a Interpol para verificar se ele chegou a Nova York, mas isso ainda não se confirmou. Não se pode afirmar categoricamente se houve a intenção de fuga", explica o delegado.
Veja a lista de mandados judiciais expedidos pela 7; Vara Federal Criminal do Rio:
PRISÕES PREVENTIVAS
Eike Batista, empresário
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro
Flávio Godinho, advogado
Wilson Carlos, ex-secretário de governo e ex-assessor de Cabral
Carlos Miranda, ex-assessor de Cabral
Álvaro Novis, membro da organização
Sérgio de Castro Oliveira, membro da organização
Thiago Aragão (Ancelmo Advogados), membro da organização
Francisco de Assis Neto, membro da organização
CONDUÇÕES COERCITIVAS
Suzana Neves, ex-mulher de Sérgio Cabral
Maurício Cabral, irmão de Sérgio Cabral
Eduardo Plass, da TAG Bank e gestora de recursos Opus
Luiz Arthur de Andrade Correia, preso na 34; fase da Lava-Jato em setembro
APREENSÕES
Ocorrem em endereços residenciais ou comerciais de Susana Neves, Maurício Cabral e dos seis presos sem mandado anterior
Fonte: Polícia Fderal e Ministério Público
Troca de mensagens
Na quinta-feira (19/1), reportagem do Correio mostrou que o esquema de liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) para empresas em troca de propina, comandado pelo ex-deputado Eduardo Cunha e pelo ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, não se limitava às 11 empresas citadas na Operação Cui Bono. Documentos exclusivos apontam que Cunha e Cleto também atuaram para liberar recursos para empresas de Eike Batista.
O relatório dos investigadores da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) mostram uma troca de mensagens do ex-deputado e do ex-vice-presidente da Caixa em 10 de abril de 2012. Na ocasião, Cunha, então líder do PMDB na Câmara, cobra de Cleto informações sobre uma operação no FI-FGTS que interessaria a Eike (veja fac-símile). ;E Eike?;, perguntou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, que está preso em Curitiba (PR). ;Eike tudo bem, abordado o tema do FI;, respondeu Cleto.