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Quatro mandados de prisão já foram cumpridos no Rio, dizem procuradores

Foram presos Álvaro Novis, o advogado Flávio Godinho, Thiago Aragão (da Ancelmo Advogados) e Sérgio de Castro Oliveira. Eike Batista, que é o principal alvo da operação, está foragido

Jacqueline Saraiva
postado em 26/01/2017 10:52
A força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro detalhou, nesta manhã de quinta-feira (26/1), as ações da Polícia Federal (PF) na investigação contra esquema criminoso liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral e que tem como alvo principal o empresário Eike Batista, que está foragido. Segundo o procurador Leonardo Freitas, dos nove mandados de prisão preventiva, a PF já cumpriu quatro. Foram presos Álvaro Novis, o advogado Flávio Godinho, Thiago Aragão (da Ancelmo Advogados) e Sérgio de Castro Oliveira.

[SAIBAMAIS]Outros três mandados foram cumpridos em custódia, contra Cabral, que está preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, assim como Wilson Carlos e Carlos Miranda, que também estão presos. De acordo a Polícia Federal, a ordem de prisão contra Eike não foi cumprida porque ele não fo encontrado em casa, no Jardim Botânico. Um advogado teria informado que o empresário está viajando, mas que deve se entregar, em data ainda não divulgada.

A investigação aponta crimes de lavagem de dinheiro de obras públicas do Rio de Janeiro, corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa. Há indícios da ocultação no exterior de, aproximadamente, US$ 100 milhões de dólares (cerca de R$ 340 milhões). De acordo com a PF, cerca de R$ 270 milhões já foram repatriados.

Propina

Principal alvo da Operação Eficiência, o empresário Eike Batista, junto com o vice-presidente de futebol do Flamengo Flávio Godinho, pagou uma propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O esquema usou a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. O valor foi solicitado por Cabral ao dono do grupo EBX em 2010.

Para dar uma aparência de legalidade à operação financeira ilícita, um contrato de fachada foi realizado no ano seguinte, entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Eike Batista, e a empresa Arcadia Associados. O contrato era uma falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro. A Arcadia, segundo os procuradores, recebeu a propina em uma conta no Uruguai, em nome de terceiros, mas à disposição de Cabral.

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