Politica

Na Câmara, políticos do PMDB brigam pela vaga na vice-presidência

No Senado, podem não cumprir acordo com PSDB

Natália Lambert
postado em 27/01/2017 06:10

Lúcio Vieira Lima (BA) e José Priante (PA) estão entre os sete candidatos que participam de eleição interna


A menos de uma semana para as eleições das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, a disputa se acirra nas duas Casas. Entre os deputados, além da polêmica que envolve a possibilidade constitucional de reeleição do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a briga pela primeira vice-presidência tem causado constrangimentos dentro do PMDB, sigla que, por ser a maior bancada, tem o direito de escolher o posto. Deputados admitem, inclusive, lançarem candidaturas avulsas.

Ao menos sete peemedebistas almejam a posição, especialmente porque ela significa comandar a Casa em eventuais viagens do presidente da República, Michel Temer, já que o presidente eleito assumirá o Palácio do Planalto. Os nomes que saem na frente são Lúcio Vieira Lima (BA) e José Priante (PA). Além deles, correm por fora Sérgio Souza (PR), Carlos Marun (MS), Elcione Barbalho (PA), Osmar Serraglio (PR) e Fábio Ramalho (MG). Está marcada uma eleição interna para o próximo dia 31.

Entretanto, apesar dos apelos do presidente Michel Temer para que a disputa seja resolvida internamente, parlamentares admitem a possibilidade de iniciativas individuais. Eleito uma vez em 2007, para a primeira-secretaria, em uma candidatura própria, o deputado Osmar Serraglio não descarta a opção. O parlamentar ainda não decidiu se participará das eleições internas. ;Estou trabalhando, deixando as coisas se esclarecerem e, se eu perceber que existem forças influenciando, que sou o patinho feio, vou para o plenário por minha conta;, afirma Serraglio, lembrando que é um direito regimental.

A opção é mal vista pelos adversários. Na opinião de Priante, não faz sentido ele lutar para ganhar uma disputa interna se ;dois ou três; da legenda forem ao plenário. ;Não acho justo. Se for para ser assim, eu também vou. Não tem essa de avulsa, tem que fechar questão no partido.; Vieira Lima garante que respeitará a decisão do grupo e acredita que, em toda a Casa, a força partidária tem mais peso. ;O risco que corre o pau, corre o machado. A decisão do partido será mais importante;, comentou.

Senado
Apesar de o jogo estar mais definido no Senado, existe a possibilidade de o PMDB não cumprir o acordo com o PSDB de entrega ao partido a primeira vice-presidência. Aos tucanos, sobraria a segunda vice. Como maior bancada, os peemedebistas teriam direito à escolha e, na opinião de caciques da legenda, não vale a pena correr o risco de enfrentar novamente a situação de instabilidade ocorrida no fim do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal determinou o afastamento do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) do cargo, e o primeiro vice, Jorge Viana (PT-AC), assumiu a Casa. Com um presidente citado na Lava-Jato ; Eunício Oliveira (PMDB-CE) ; e diante das surpresas que podem vir com a homologação das delações da Odebrecht, a prioridade é garantir o cargo.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação