Após seguidas e tensas reuniões, o Partido dos Trabalhadores decidiu apoiar a candidatura do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para a presidência do Senado, com a alegação do respeito à regra da proporcionalidade. Como maior bancada da Casa, o PMDB tem o direito de ocupar o posto. Segundo maior, o PSDB tem a segunda escolha entre os cargos da Mesa Diretora e, com o terceiro maior número de senadores (10), o PT tem a terceira opção. No caso, pelo acordo, o senador José Pimentel (PT-CE) ocupará a primeira-secretaria, posição que cuida dos contratos e licitações da Casa e conta com o apoio de 64 cargos comissionados.
[SAIBAMAIS] O apoio causou um racha na bancada petista, já que senadores como Lindbergh Farias (PT) e Gleisi Hoffmann não aceitam a possibilidade de apoiar o PMDB, partido que conduziu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Um dos nomes da oposição no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) participou na noite de ontem da reunião que definiu os rumos da minoria na Casa. ;Infelizmente, somos minoria e é importantíssimo que tenhamos espaço e voz na Mesa Diretora. Se a oposição lançasse uma candidatura, isso significaria o enfraquecimento da oposição;, comentou.
O Senado escolhe, na tarde desta quarta-feira, a partir das 16h, o nome do presidente que comandará os trabalhos da Casa pelos próximos dois anos. Com o apoio da maioria dos partidos, inclusive, os de oposição, o senador Eunício Oliveira deve ser proclamado o novo presidente.
PSol registra candidatura de Erundina
Com seis deputados federais, o PSol optou por não se aliar aos partidos de oposição na Câmara e lançou candidatura própria para a presidência da Casa. A deputada Luiza Erundina (SP) foi a representante escolhida pela bancada para representar o partido. De acordo com o líder da legenda, Glauber Rocha (RJ), a deputada tem uma história de respeito conhecida por todos. "A partir dessa candidatura, a bancada terá a possibilidade de dialogar com a sociedade sobre as reformas", comentou.
Segundo Erundina, esta não é só mais uma candidatura para a eleição da Câmara porque o país vive um momento "particularmente grave". "É uma eleição que realmente exige respostas pela complexidade, perplexidade e as preocupações da sociedade em relação a politica, aos políticos e, particularmente, ao Parlamento. Há um descrédito generalizado na politica", afirmou.