postado em 02/02/2017 14:12
Júlio Delgado (PSB-MG) lançou a candidatura à presidência da Câmara dos Deputados no começo desta semana como parte da estratégia para dividir os votos da base do governo e levar a eleição ao segundo turno. Ele iniciou o discurso com duras críticas ao atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e lembrou que a candidatura dele ainda está sub judice. ;A instabilidade jurídica vai continuar. O Plenário do STF ainda vai se pronunciar a respeito, não há nenhuma decisão definitiva a respeito;, disse.
Ele destacou que o último biênio foi difícil e prevê que os próximos dois anos não serão mais fáceis. ;Vivemos um momento delicado e as circunstâncias que se impõe para o próximo período não é simples. E, com o nome de Maia na disputa, volta a pairar uma instabilidade jurídica e institucional nessa Casa;, diz.
Candidato mais forte da oposição na disputa, André Figueiredo (PDT-CE) fez um discurso com o objetivo de garantir os votos de todos os colegas contrários ao governo federal. ;Não podemos continuar com um parlamento submisso. Cabe a nós definirmos a pauta de votação, ela não pode ser alterada em uma ligação do presidente da República na noite anterior da sessão;, criticou. Para ele, a solução é instituir uma pauta mensal, que seja debatida previamente.
Ele também defendeu que a Câmara se abra mais para a população. ;Podemos aproveitar as segundas-feiras e as sextas-feiras que não têm sessão para abrir a Casa, iniciar o projeto de autoria da Rede, o Parlamento Aberto. A população tem que se sentir como um participante ativo das nossas atividades;, diz. Além disso, Figueiredo criticou a disposição da Mesa Diretora que se desenha. ;Podemos repetir a vergonhosa representatividade do Executivo e não eleger nenhuma mulher para a Mesa Diretora. Isso é inadmissível;, disse.
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) criticou o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia, e afirmou que se lançou candidato para levar a Câmara ao encontro da população. ;Temos uma Câmara que não legisla, que não fiscaliza, que não representa os anseios do povo. Um legislativo subserviente ao Executivo e submisso ao Judiciário;, criticou.
[SAIBAMAIS]Para o parlamentar, a Casa não pode simplesmente aceitar decisões sobre temas importantes ao Brasil que estão sendo debatidos pela Justiça. ;A descriminalização da maconha e da cocaína é pauta no STF, a legalização do aborto, também. O Superior Tribunal de Justiça decidiu, esses dias, que desacato não é mais crime. O Conselho Nacional de Justiça legisla sobre as audiências de custódia. Precisamos ter um presidente que questione todos esses temas e traga para a Casa. O presidente é o dono da pauta, é ele quem decide o que vai ser votado. Não podemos ter alguém omisso à frente da Câmara;, afirma.
Luiza Erundina (PSOL-SP) convocou os deputados a votarem em uma candidatura que não atenda apenas aos interesses de determinados segmentos, mas de toda sociedade. ;Precisamos de máxima transparência. Uma Câmara que estabeleça sua pauta de votação pensando nos brasileiros mais simples;, disse. Outra medida que tomara se for eleita é convocar eleições gerais. ;Somente com uma Diretas Já iremos devolver cidadania ao povo;, defendeu.