Nascido em Santiago, capital do Chile, enquanto o pai, hoje vereador Cesar Maia (DEM-RJ), estava exilado, o economista Rodrigo Maia (DEM-RJ) fez carreira política na capital fluminense e atingiu o ápice ao conquistar a reeleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Fiel aliado do presidente da República, Michel Temer, ele aproveitou o vácuo de poder com o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para chefiar a casa em um mandato-tampão.
Pouco carismático e impaciente, o presidente reeleito da Câmara nunca figurou como um dos principais parlamentares do Congresso Nacional. Mas esperou o momento certo, em sua quinta legislatura, para ter seu nome lembrado como uma opção para o posto mais importante da Casa. O trunfo de Maia sempre foi o de ser um cumpridor de acordos. Na eleição para o mandato tampão foi para o segundo turno com Rogério Rosso (PSD-DF).
Ontem alcançou o auge da vida política ao garantir 293 votos e ser eleito em primeiro turno com apoio do Palácio do Planalto. Teve mais votos do que o então líder do PMDB Eduardo Cunha, que se sagrou vitorioso com 267 votos. Agora, ao lado do prefeito de Salvador (BA), Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), e do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), figura como um dos principais expoentes do partido.
Mas antes de conquistar o prestígio que resultou no consenso entre partidos da base e da oposição para ser eleito presidente da Câmara, Maia acumulou derrotas e momentos de ostracismo. Em 2012, o deputado protagonizou um fiasco na eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro. Tendo como vice a deputada Clarissa Garotinho (PRB), sua chapa obteve apenas 2,94% dos votos válidos.
Após isso, teve atuação apagada na Câmara até ser resgatado politicamente por Eduardo Cunha. A relação próxima com o ex-presidente da Câmara lhe valeu a relatoria da reforma política em 2015. Maia rompeu posteriormente com Cunha ao ser preterido por André Moura (PSC-SE) ; outro aliado do peemedebista ; na escolha do líder do governo Michel Temer na Câmara. Entre 2007 e 2011, foi presidente do DEM, quando o partido abandonou a sigla PFL (Partido da Frente Liberal), conhecida pelos caciques Jorge Bornhausen (SC) e Antonio Carlos Magalhães (BA).
O então PFL investiu na juventude do deputado Rodrigo Maia para mudar de cara, de nome e tentar recuperar a combalida imagem de conservadorismo retrógrado que lhe acompanhou ao longo do primeiro governo de Lula e o fez perder a eleição de 2006. Até aqui, sob o comando de Rodrigo, o governo de Michel Temer perdeu poucas. Rodrigo conviveu com Temer no papel de presidente da Câmara quando era líder do DEM.
Aos 46 anos e com pretensões políticas futuras, ele sabe que não pode se dar ao luxo de perder a pecha de cumpridor de acordos, mas terá pela frente os principais desafios da carreira. Maia terá de conduzir as discussões sobre a reforma da Previdência e a reforma trabalhista.