Politica

Moreira Franco nega ter sido nomeado para conseguir foro privilegiado

Moreira era, até então, o Secretário Executivo de Programa de Parceria do Investimento (PPI) e não tinha foro privilegiado, por isso, seria investigado pelo juiz Sergio Moro, da 14a Vara Federal de Curitiba

Julia Chaib, Rosana Hessel
postado em 03/02/2017 13:12
Empossado ministro da recém-criada Secretaria Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco negou nesta sexta-feira (3/2) que o presidente Michel Temer o nomeou com o objetivo de protegê-lo das investigações da Lava-Jato. Moreira é citado diversas vezes em delações premiadas no âmbito da operação. O PT prepara uma ação para tentar impugnar a nomeação.
Moreira era, até então, o Secretário Executivo de Programa de Parceria do Investimento (PPI) e não tinha foro privilegiado, por isso, seria investigado pelo juiz Sergio Moro, da 14a Vara Federal de Curitiba. Ao ganhar o status de ministro, o peemedebista se livra das apurações em primeira instância e passa a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"(A nomeação) Não foi absolutamente com nenhuma outra intenção senão a de dar mais eficiência, força material à ação do presidente", disse Moreira, logo após tomar posse no Palácio do Planalto. Muitas das atribuições que a Secretaria Geral terá já faziam parte do rol de atuação da Casa Civil.
[SAIBAMAIS] Em 2016, a ex-presidente Dilma Rousseff nomeou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa CIvil. O ato foi visto como uma tentativa protegê-lo da Lava-Jato ao dar a ele o foro privilegiado. Na ocasião, a nomeação foi questionada e acabou impugnada.
"Há uma diferença muito grande das tentativas feitas no passado nesse sentido da que está acontecendo aqui hoje. Eu estou no governo, não estou fora, e venho cumprindo sem ter necessidade, foi uma solicitação minha, de não dar status de ministro ou ministério ao PPI", justificou Moreira Franco. "Não há tentativa de resolver crise política porque não estamos vivendo, ao contrário, o governo acaba de dar uma demonstração de força", disse.
Ao ser questionado se havia empossado Moreira para acobertá-lo das acusações, Temer disse para olharem o discurso que havia proferido no momento da posse. Na ocasião, o presidente justificou a criação da nova pasta ao dizer que o Palácio do Planalto precisava ficar "bem estruturado". "E eu precisava de alguém que fosse Secretário Geral da Presidência, para cuidar do cerimonial, da imprensa", disse.

Segundo Temer, Moreira era o líder da delegações de ministros. "Como Secretário Executivo, ele era o líder e chefiava delegações. Era tratado como ministro para atrair investimentos (Hoje) Trata-se de uma formalização, mas, na realidade, ele era ministro e vem acrescido de outras tarefas", afirmou.

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