A pressa do governo Michel Temer em garantir as reformas econômicas ; especialmente a previdenciária, que o chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, quer ver aprovada no Congresso até 30 de junho ; apoia-se em diversos fatores. O primeiro deles é a vontade de dar uma sinalização ao mercado de que o país está mudando, o que pode representar uma guinada na expectiva da população e na disposição dos investidores internacionais. A outra é a certeza de que, se a Operação Lava-Jato for mais rápida que deputados e senadores, boa parte dos articuladores políticos do Planalto, tanto no Executivo quanto no Legislativo, serão ceifados e atirados pela estrada.
[SAIBAMAIS]A combinação dos dois fatores, então, torna-se o mundo dos sonhos para a gestão Temer. A esperança é que, a exemplo do que aconteceu em 2006, quando a economia pujante livrou Luiz Inácio Lula da Silva de perder o mandato pelo mensalão, a recuperação da autoestima nacional poderá fazer com que a disposição do brasileiro para protestar se arrefeça. ;Não estamos dizendo que a população estará mais conivente com a corrupção. Mas, em alguns casos, as decisões do dia a dia passarão a pesar mais alto no imaginário das pessoas;, declarou o cientista político da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Rui Tavares Maluf.
O governo está repleto de atores diretamente ligados à linha de frente das reformas enrolados na Lava-Jato. Por enquanto, nenhum deles é réu, mas todos têm citações em delações premiadas e podem ver as carreiras políticas comprometidas com o levantamento do sigilo dos depoimentos prestados pela cúpula da Odebrecht. No Planalto, encontram-se o chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha; o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco; e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy.
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