postado em 06/02/2017 20:04
![PGR pediu abertura de inquérito contra ex-presidente José Sarney, os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado por supostamente atrapalharem às investigações da Lava Jato](https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2017/02/06/571389/20170206203358693065o.jpg)
No Termo de colaboração, Sérgio Machado explicou o conteúdo das gravações com os outros envolvidos, que, segundo a PGR, mostram a intenção do grupo de impedir os avanços da Operação Lava Jato em relação a políticos do PMDB, PSDB e PT, principalmente. Isso seria feito, segundo o ex-diretor da Transpetro, por meio de acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) e da aprovação de mudanças legislativas.
Segundo Janot, o objetivo dos congressistas era construir uma ampla base de apoio político para conseguir aprovar, no mínimo, três medidas de alteração de legislações em favor da suposta organização criminosa. São elas: a proibição de acordos de colaboração premiada com investigados ou réus presos; a proibição de execução provisória de sentença condenatória mesmo após rejeição de recursos; e alteração das regras dos acordos de leniência, permitindo acordos independente de reconhecimento de crimes.
Outra forma de obstrução, segundo o pedido de inquérito, consistia na redução de poderes do Judiciário e do Ministério Público mediante a realização de uma nova constituinte. Para Janot, trata-se de atos estatais que visam sabotar o próprio Estado, na sua missão de repressão ao crime organizado. "É chocante, nesse sentido, ouvir o senador Romero Jucá admitir, a certa altura, que é crucial ;cortar as asas; da Justiça e do Ministério Público, aduzindo que a solução para isso seria a Assembleia Constituinte que ele e seu grupo político estão planejando para 2018", diz.
Já no Judiciário, ainda segundo o inquérito, o grupo buscaria cooptar ministros do STF para anistiar envolvidos na investigação ou para assegurar a validade de matérias legislativas, de forma que a Suprema Corte não as declarasse, posteriormente, inconstitucionais.
A decisão do pedido de Janot ficará a cargo do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Regimentalmente, não existe um prazo para a decisão ser tomada.