Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/02/2017 22:02
O ministro afastado da secretaria Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, foi lacônico ao ser questionado sobre a decisão do juiz federal Eduardo Rocha Penteado, tomada na tarde desta quarta-feiram (8/2), que revogou a sua nomeação. "A AGU está cuidando disso". Moreira deixou seu gabinete por volta das 22h de hoje, e nao quis confirmar se estará ou não amanhã em um evento da Caixa Econômica Federal, que contará também com a presença do presidente Michel Temer.Leia mais notícias em Política
Antes de ser ministro, Moreira era secretário do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), mas planejava mudar para um gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto, até o final desta semana.
Depois de ser informado sobre a decisão da Justiça, moreira recebeu a vista do líder do governo no Congresso, Romero Jucá, e do ministro do Esporte Leonardo Picciani. O titular do esporte, que também é o PMDB do Rio, conversou com Moreira sobre a possibilidade de editais de concessão para a administração do Complexo Olímpico da Barra da Tijuca, que está abandonado desde o término da Rio 2016.
Lava-Jato
Moreira Franco é citado na delação do ex-diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho como um dos beneficiários de um esquema de pagamento de propina para financiar campanhas eleitorais. Ele tornou-se ministro na semana passada, três dias após a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Carmen Lucia, homologar as 77 delações da Odebrecht.
No despacho pedindo o impedimento, o juiz federal compara a situação de Moreira a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja nomeação para Chefe da Casa Civil do governo da ex-presidente Dilma Rousseff foi suspensa pelo ministro do STF Gilmar Mendes.