A assessoria do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou, nesta quinta-feira (9/2), que o fotojornalista que fez imagens de uma conversa por celular entre o parlamentar e o filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), e as divulgou em rede social, pode ser processado. Lula Marques fez cliques do diálogo entre os dois deputados no dia da eleição para a presidência da Câmara, em 2 de fevereiro. Jair Bolsonaro era um dos candidatos à vaga de Presidente da Câmara dos Deputados e obteve apenas 4 votos, menos que os votos em branco. Na conversa, ele critica a ausência do filho, que parecia nem saber que a votação estava acontecendo. As imagens foram divulgadas nessa quarta-feira (8/2) no Facebook do fotógrafo.
[SAIBAMAIS]A lista de presença do dia indica que, de fato, Eduardo não compareceu à sessão. ;Papel de filho da puta que você está fazendo comigo. Tens moral para falar do Renan? (Renan é o filho caçula de Jair) Irresponsável;, escreveu Jair a Eduardo. A cobrança prosseguiu: ;Mais ainda, compre merdas por aí. Não vou te visitar na Papuda;, continuou. Jair se mostrou ainda preocupado com o que o filho estava fazendo. "Se a imprensa te descobrir aí, e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o meu. Retorne imediatamente." A mensagem terminou com Eduardo irritado por ser comparado ao irmão mais novo, seguido de uma pergunta: "Voto em JHC ou João Fernando Coutinho?".
A assessoria de imprensa do deputado Jair Bolsonaro disse ao Correio que a troca de mensagens é de foro íntimo e não quis se pronunciar sobre o caso. Apesar disso, afirmou que provavelmente Lula Marques será acionado judicialmente por ter divulgado as imagens. ;É uma conversa entre pai e filho que foi invadida por um fotógrafo, que possivelmente vai ser processado;, informou um membro da assessoria do deputado.
Críticas
As imagens postadas no Facebook por Lula Marques contavam com 711 compartilhamentos até a manhã de hoje. Para ele, as imagens ganharam importância porque se trata de um nome cotado para disputar as eleições presidenciais de 2018. ;Eu só fiz e divulguei as fotos porque ele era candidato à presidência da Câmara. Vi que nem o filho estava lá para votar nele. Então, como ele quer ser candidato sem ter o mínimo de votos no parlamento?;, questionou o fotógrafo.
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Nos comentários, partidários de Jair Bolsonaro criticaram o fotógrafo e levantaram a hipótese de as imagens se tratarem de montagens. Ao Correio, o fotógrafo, que tem mais de três décadas de carreira, reafirmou a veracidade das fotos. Sobre a possibilidade de ser processado, afirmou: ;Se ele [Jair Bolsonaro] me processar, vou mostrar a verdade na Justiça;.