Politica

Associação de delegados federais pede a Temer troca de diretor-geral da PF

Pedido de troca foi protocolado na tarde desta segunda-feira (13/2) no Palácio do Planalto

postado em 13/02/2017 19:37
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) enviou ao presidente Michel Temer uma sugestão de nomes para substituir o atual diretor-geral da corporação, Leandro Daiello. O pedido de troca foi protocolado na tarde desta segunda-feira (13/2) no Palácio do Planalto no comando da PF e contém uma lista tríplice aprovada em maio do ano passado pelos membros da associação.

Os delegados querem aproveitar a licença do atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, após ter sido indicado por Temer para o Supremo Tribunal Federal, para cobrarem autonomia da PF e reforço à Operação Lava Jato.

De acordo com José Augusto Versiani, membro da direção da associação a escolha de um diretor-geral pela própria categoria é importante para que a população saiba que as operações de combate à corrupção terão continuidade. Ele cita como exemplo o cargo máximo do Ministério Público, onde se tornou praxe há alguns anos a nomeação do procurador-geral da República pertencente a lista tríplice promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República.

Os delegados Érika Marena, Rodrigo de Melo e Marcelo Eduardo Freitas foram selecionados para a lista tríplice em 2016, ainda durante a interinidade de Temer na Presidência. Da eleição, participaram 1.338 delegados dos 2.257 membros da ADPF. No documento encaminhado a Temer, a associação aponta a saída de Daiello como ;necessária; e justifica que a atual direção está no cargo há seis anos ;sem modernização e avanços na gestão;.

;Em assembleia na sexta-feira passada, 70% dos delegados que estiveram [presentes] no Brasil inteiro disseram que é necessária uma renovação da Polícia Federal;, disse Versiani ao ser perguntado se a ADPF é contra a permanência de Daiello à frente da instituição. ;Nós esperamos que neste momento crítico, em que são colocadas tantas dúvidas quanto à lisura e mesmo a continuidade da Operação Lava Jato, que o presidente saiba da necessidade de uma ação efetiva para garantir à população brasileira que será dada a continuidade e que a atuação da Polícia Federal será cada vez mais isenta, respeitada e autônoma;.

Lava Jato

Versiani não descartou que o movimento por mudança na corporação tenha ganhado força após a notícia da saída do delegado Márcio Anselmo da Força Tarefa da Lava Jato. Segundo ele, outros três delegados que deixaram Curitiba anteriormente eram ;considerados principais para o começo da Lava Jato;.

;O delegado Márcio é um excelente delegado. Ele é o pai da Operação Lava Jato, é muito respeitado. A pergunta é: por que ele alega estar cansado e não o procurador Delton Dallagnol [coordenador da força tarefa pelo Ministério Público]? Por que a parte do Ministério Público Federal em Curitiba está de vento em polpa, continua trabalhando, e você vê esse tipo de crise interna na Lava Jato em Curitiba?;, questionou.

Na semana passada, o presidente da associação, Carlos Eduardo Sobral, também lamentou a saída de Márcio Anselmo e a creditou à ;falta de apoio da direção geral;, o que o teria levado ao ;esgotamento físico e mental;.

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