Politica

Nova fase da Lava-Jato faz buscas em dois estados e no Distrito Federal

Entre os alvos estão um filho do senador Edison Lobão e o ex-senador pelo Pará Luiz Otávio

Jacqueline Saraiva
postado em 16/02/2017 08:30
A Polícia Federal cumpriu, nesta manhã de quinta-feira (16/2), mandados judiciais no Rio de Janeiro (RJ), em Belém (PA) e no Distrito Federal, na Operação Leviatã, nova fase da Operação Lava-Jato. Os alvos dos mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, foram Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), e o ex-senador Luiz Otávio Campos (PMDB-PA), ligado ao peemedebista Jader Barbalho. Eles são suspeitos de participar do esquema de desvio de recursos na construção do maior projeto brasileiro no setor elétrico, a Usina de Belo Monte.

[SAIBAMAIS] O nome de Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão, foi indicado na delação do executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra, que relatou pagamentos realizados pela empreiteira pelas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte e também pela usina de Angra 3. De acordo com o delator, o valor relacionado a Belo Monte foi entregue em espécie na casa de Márcio. Ainda em sua delação, o executivo disse que a propina em Belo Monte era de 0,5% para o PT e 0,5% para o PMDB - porcentual sobre o valor do contrato.

Os investigados, na medida de suas participações, devem responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Lobo do homem

O nome desta fase da operação, Leviatã, faz menção à obra do filósofo político Thomas Hobbes, que afirmou que o ;homem é o lobo do homem;, comparando o Estado a um ser humano artificial criado para sua própria defesa e proteção, pois se continuasse vivendo em Estado de Natureza, guiado apenas por seus instintos, não alcançaria a paz social.

Descobridor

A última fase da Lava-Jato, em novembro de 2016, mirou em irregularidades nas obras no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), complexo de Manguinhos e reforma do Maracanã. A 37; fase da Operação Lava Jato, intitulada Operação Descobridor, atribui ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) o recebimento de R$ 2,7 milhões em propinas nas obras do Comperj.

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