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Moraes enfrenta resistência da faculdade onde estudou para indicação ao STF

Alunos e professores da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde Alexandre de Moraes estudou e leciona, não apoiam indicação do ex-ministro para cargo deixado por Teori Zavascki

Agência Estado
postado em 17/02/2017 15:07
A indicação do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, para o Supremo Tribunal Federal encontra resistência entre alunos e professores da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde ele estudou e leciona.

Sob o peso de tanta tradição e prestígio das Arcadas ganha corpo mobilização do Centro Acadêmico XI de Agosto que prepara, para a próxima segunda-feira (20/2), um ato de juristas "em repúdio" à nomeação. Moraes se graduou em Direito na USP e é professor associado de Direito Constitucional.

O ato está marcado para as 18hs n largo São Francisco, que fica em frente à faculdade, no centro da capital. Os organizadores esperam reunir cerca de 3 mil pessoas. "É o numero de pessoas que, pela internet, confirmaram e demonstraram interesse em participar", disse o diretor-geral do Centro Acadêmico XI de Agosto, Felipe Martinez, de 23 anos, aluno do 7; semestre.

Segundo ele, devem participar do ato professores e alunos do curso de Direito da USP e também da PUC, além de nomes ligados a movimentos sociais e políticos.

Entre os que se comprometeram a dar apoio ao manifesto, segundo o estudante, estão o vereador paulistano e ex-senador Eduardo Suplicy (PT) e o deputado federal Wadih Damous (PT-SP), que nesta semana protocolou pedido de sindicância contra Moraes no Conselho de Ética da universidade, acusando-o de plágio.

Os organizadores pretendem também protocolar outro pedido de sindicância contra Moraes, sob a acusação de ter copiado indevidamente trechos de outros livros em sua tese de doutoramento.

O Centro Acadêmico XI de Agosto organizou, pela internet, um abaixo assinado contra a nomeação de Moraes. Até a tarde desta quinta-feira, 16, o documento já contava mais de 266 mil assinaturas. A intenção é alcançar 300 mil adesões e encaminhar o abaixo assinado ao Senado, que vai sabatinar o ministro licenciado da Justiça.

Martinez explica o motivo para a reação à indicação de Moraes. "Não reconhecemos como legítimo este governo e, portanto, a legitimidade de Michel Temer para indicar um ministro para o Supremo. Além disso, Alexandre de Moraes não tem reputação ilibada e é notória sua ligação com políticos e implicados na Operação Lava Jato", sustenta.

Procurado pela reportagem por meio de sua assessoria, Alexandre de Moraes não quis se pronunciar sobre o assunto.

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