Politica

Executivos da Odebrecht depõem no TSE em processo sobre chapa Dilma-Temer

Depoimento mais esperado é o de Cláudio Melo Filho, que pode confirmar acordo entre Temer e Marcelo Odebrecht para doação de R$ 10 milhões ilegais à campanha do PMDB

Paulo de Tarso Lyra
postado em 06/03/2017 17:54
Os três executivos da Odebrecht Cláudio Melo Filho, Hilberto Mascarenhas Filho e Alexandrino Alencar compareceram, na tarde desta segunda-feira (6/3), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para depor no processo que analisa o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer.
Os depoimentos do trio, especialmente os dos dois primeiros, são considerados fundamentais pelos advogados que acompanham o processo. Se mantiver o que disse na delação premiada à Lava-Jato em Curitiba, Melo vai confirmar que, em um jantar, no Palácio do Jaburu, um 2014, o ainda vice-presidente, Michel Temer, e o então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, acertaram a doação de R$ 10 milhões para a campanha do PMDB.
Na semana passada, em depoimento ao relator do processo no TSE, ministro Herman Benjamin, Marcelo Odebrecht confirmou a realização do jantar, mas negou que tenham sido discutidos valores. Segundo o ex-presidente da empreiteira baiana, o acerto dos R$ 10 milhões de contribuição foi feito em momento posterior, por Melo e o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Já Hilberto Mascarenhas, que era diretor do Setor Operações Estruturadas, área responsável pelo pagamento de propinas da Odebrecht, poderá confirmar quais políticos receberam contribuições da companhia por intermédio de caixa dois. Na próxima quarta-feira (8/3), será ouvido Luis Eduardo Soares, que era o número dois desse setor.
Os depoimentos são acompanhados com atenção pelo Palácio do Planalto, e, na Esplanada, o afastamento de Padilha da Casa Civil é dado como certo por muitos. No último dia 20, o ministro tirou uma licença-médica para se submeter a uma cirurgia de correção de obstrução urinária, provocada por hiperplasia prostática benigna.
O retorno de Padilha estava marcado para hoje, mas foi adiado para o próximo dia 13. De acordo com a assessoria do ministro, após receber alta, o ministro dará continuidade ao processo de recuperação em sua casa, em Porto Alegre.
A operação ocorreu no dia 27 de fevereiro, no Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha. Ainda de acordo com assessores, o quadro de saúde do ministro é estável, e ele se recupera bem do procedimento. No entanto, em função da idade, 71 anos, a equipe médica acho melhor adiar para o dia 13 o retorno ao trabalho. Em setembro, o ministro foi internado por problemas de pressão arterial.

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