Agência Estado
postado em 08/03/2017 21:57
Mais de duas mil armas brancas, entre facas, facões e barras de ferro, 271 celulares e até sete estações de radiotransmissão foram encontrados pelas Forças Armadas nos dez presídios onde foram realizadas buscas nos Estados do Amazonas, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul, durante o primeiro mês da Operação Varredura.
Os radiotransmissores foram descobertos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durante a revista feita pelos militares do Exército, na última segunda-feira, 6. Os equipamentos estavam funcionando apesar de o presídio ter bloqueador para celular instalado. O Compaj ganhou as manchetes do mundo após o massacre de 57 presos no primeiro dia do ano.
Na última segunda, o complexo de Manaus voltou a ser palco de enfrentamento de policiais militares e presos, quando 37 detentos ficaram feridos, durante a realização da revista.
Além do Complexo de Manaus, também foram vistoriados a penitenciária de Alcaçuz, em Natal, e a de Monte Cristo, em Roraima, que assim como o Compaj foram palco de barbáries neste início de ano. Os cerca de quatro mil homens do Exército e da Marinha vasculharam as instalações ainda dos presídios de Rondônia e Mato Grosso do Sul (MS).
[SAIBAMAIS]Novas operações de surpresa serão realizadas pois há uma autorização para que as tropas federais façam este tipo de serviço, com base na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) até o final deste ano. As ações acabaram por inibir a ações das quadrilhas nos presídios.
Para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a ação das Forças Armadas têm por objetivo "complementar a atuação dos órgãos de segurança pública neste momento de tensão". Para ele, "mesmo com a duração de um ano da Operação Varredura, é importante que as autoridades locais deem seguimento a ações desta natureza, tornando as vistorias algo permanente, incluindo a implementação de medidas preventivas contra o ingresso de material ilícito nos estabelecimentos prisionais".
Além dos radiotransmissores, balanço preliminar feito pelo Ministério da Defesa mostra que foram encontrados 3038 itens de posse proibida, como dinheiro ou eletrodomésticos e elevada quantidade de armas brancas (mais de duas mil) e celulares. Também foram resgatados 160 acessórios de celulares (como carregadores e fones de ouvido), 29 baterias, 18 tabletes de entorpecentes , 45 trouxinhas de entorpecentes, seis recipientes com bebidas alcoólicas, 185 substâncias suspeitas.
Cerca de quatro mil homens da Marinha e do Exército participaram das dez primeiras operações, realizadas desde seis de fevereiro, em parceria com a Secretaria de Segurança dos Estados, sem contato das tropas federais com os presos, que foram isolados durante as varreduras nas celas e instalações administrativas. Durante as varreduras, os militares utilizaram detectores por raio X e de metais, os mesmos que foram empregados em grandes eventos realizados no País, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio. Equipes com cães farejadores, que podem detectar drogas ou explosivos, também fizeram parte da ação.