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Brasil tem menos mulheres em ministérios do que a Síria, aponta ONU

De acordo com os dados publicados pela ONU, foram contabilizadas quantas mulheres existiam em níveis ministeriais em governos em todo o mundo no dia 1º de janeiro de 2017

Agência Estado
postado em 16/03/2017 10:18
Em fevereiro, quando o governo criou duas novas pastas, Temer empossou Luislinda Valois como ministra dos Direitos HumanosO Brasil tinha, em janeiro deste ano, uma das menores representações de mulheres no Poder Executivo no mundo. Dados divulgados nesta quarta-feira (15/3), pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que, de 186 governos avaliados, a administração do presidente Michel Temer ficou apenas na 167.; posição.

Governos como o da Síria, do Kuwait, do Irã ou da Somália tinham em janeiro mais mulheres em postos ministeriais do que o Brasil, apesar de serem locais onde a situação feminina é denunciada pelas entidades de direitos humanos como "grave".

De acordo com os dados publicados pela ONU, foram contabilizadas quantas mulheres existiam em níveis ministeriais em governos em todo o mundo no dia 1; de janeiro de 2017. No caso do Brasil, foi registrada apenas uma mulher, entre 25 ministérios, a advogada-geral da União, Grace Mendonça. Isso, segundo a entidade, aponta para uma representatividade feminina de apenas 4%.

Em fevereiro, quando o governo criou duas novas pastas, Temer empossou Luislinda Valois como ministra dos Direitos Humanos. A desembargadora aposentada comandava a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Justiça.

Governos como o da França, Canadá, Suécia, Bulgária e Eslovênia aparecem com mais de 50% de seus ministérios ocupados por mulheres. No caso latino-americano, Peru e Uruguai são os líderes, com mais de 35% dos postos ocupados por representantes do sexo feminino.

Em sua região, o Brasil é o pior colocado e, em todo o mundo, só tem mais mulheres no governo do que Paquistão, Arábia Saudita, Tonga e outros em que todo o gabinete é composto somente por homens.

Os dados revelam que, em 2014, 25,6% dos postos ministeriais eram ocupados por mulheres no Brasil. A taxa caiu para 15,4%, em 2015, e para apenas 4% neste ano. O índice brasileiro também está distante da média mundial, de 18,3%, e das Américas, de 25%

Legislativo


No Poder Legislativo a situação brasileira não é muito melhor. São apenas 10% de mulheres no Congresso e 14% no Senado, o que deixa o Brasil na 154.; posição no ranking, ao lado de Mianmar, Burkina Fasso e superando Botsuana e Congo. Por esse critério, o Brasil também é o país latino-americano com a menor representação de mulheres em seu parlamento.

No lado oposto do ranking estão países como Islândia, Suécia, Finlândia, Ruanda e Bolívia, com mais de 40% do Parlamento composto por mulheres.

De acordo com o informe da ONU, o progresso na participação feminina nos Parlamentos é ainda lento. Em média, ela é de 23%, duas vezes mais do que a média brasileira. Em 19% dos Parlamentos, a presidência é de uma mulher. "O poder ainda está nas mãos dos homens", afirmou Martin Chungong, secretário-geral da União Parlamentar Internacional. "Uma representação igualitária é uma condição fundamental para uma democracia", disse ele.

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