Natália Lambert
postado em 24/03/2017 07:56
O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, 65 anos, tem enfrentado com disposição mais uma batalha: uma doença neuromotora degenerativa que o deixa com dificuldades de locomoção e o obriga, em alguns momentos, a usar uma bengala para caminhar. À frente de uma tropa de mais de 215 mil homens, Villas Bôas expôs de forma corajosa a doença, que limita a presença do comandante em algumas operações e cerimônias. Em um vídeo institucional publicado nesta semana, o militar ressaltou estar pleno no desempenho da função (veja no minuto 10:09):
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Villas Bôas mostrou bom humor e ressaltou que o maior prejuízo será para o esporte nacional: ;Já que não poderei participar dos próximos Jogos Olímpicos;, brincou. ;E, por outro lado, como estou usando a bengala, o Estado-Maior terá que elaborar as normas para utilização da bengala quando em serviço e em cerimônias.; A mensagem foi bem recebida por militares, que viram no comandante otimismo e força de vontade para lutar. Villas Bôas decidiu divulgar o vídeo para falar sobre a doença e o eventual uso da bengala, depois de dúvidas na tropa sobre o seu real estado de saúde.
Ao falar sobre a reforma da Previdência, Villas Bôas ressaltou a importância de se trabalhar para mostrar as peculiaridades da profissão militar. ;Um ano que em menos de três meses já mostrou que exigirá muito de nós. Me sinto plenamente em condições de prosseguir e chegar ao fim ou até o momento que o presidente julgar necessário.; O general, que foi comandante militar na Amazônia e chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), está no cargo desde fevereiro de 2015. O presidente Michel Temer e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, não se manifestaram sobre a condição de saúde do general.
Aumento
Outra batalha que o general destaca que terá pela frente neste ano é a possibilidade de conseguir um aumento na remuneração dos militares. Em entrevista ao Correio, Villas Bôas, em setembro de 2015, criticou a ausência de reajustes da categoria comparados aos de outras carreiras. ;Se colocarmos ou fizermos um ranking dos salários das polícias militares, o Exército estará no meio. Deveria estar no topo. É um parâmetro. O que o governo tem despendido para o pagamento de pessoal das Forças Armadas vem decrescendo em relação a outros setores. Isso, claro, aumenta a frustração interna;, comentou, à época.