Politica

Ministério da Educação restringirá o programa Ciência sem Fronteiras

O projeto será destinado a mestrados, doutorados, pós-doutorados e atração de jovens cientistas

Matheus Teixeira - Especial para o Correio
postado em 03/04/2017 06:01
O Ministério da Educação (MEC) não vai mais bancar alunos da graduação de universidades federais para estudarem no exterior. A pasta informou, ontem, que não vai acabar com o programa Ciência sem Fronteiras, mas restringi-lo a mestrados, doutorados, pós-doutorados e atração de jovens cientistas. O governo federal justificou a decisão pelo alto custo do programa, que era uma das principais vitrines da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O MEC garantiu que seguirá pagando a bolsa dos estudantes que estão atualmente em outro país, mas não irá abrir novo edital para contemplar mais gente.

Segundo o ministério, o programa representa um custo anual muito alto: em 2015, o investimento foi de R$ 3,7 bilhões. ;É o mesmo valor investido na merenda escolar de 39 milhões de alunos da educação básica no país. Eram 35 mil bolsistas de graduação a um custo médio no exterior de R$ 100 mil por ano, enquanto o custo anual da merenda escolar, por aluno, é de R$ 94;, justificou o MEC, por meio de uma nota oficial. A pasta afirmou, entretanto, que estuda meios para manter a troca de conhecimento com outras nações. ;O Ciência sem Fronteiras permaneceu com foco na pós-graduação. Atualmente, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) discute novas estratégias de internacionalização e apoio à excelência nas universidades.;

O chefe da pasta, Mendonça Filho, foi um dos principais articuladores do impeachment de Dilma no Congresso Nacional. Adversário do PT, ele aproveitou a nota para criticar a ex-presidente. ;A atual gestão encontrou o programa com dívidas elevadas deixadas pelo governo anterior. Estudantes estavam no exterior sem recursos. A primeira e imediata providência da atual gestão foi garantir recursos financeiros para honrar os compromissos assumidos com os bolsistas no exterior, a fim de não prejudicá-los;. O Ministério também informou que terá 5 mil bolsistas na pós-graduação.

Os petistas, porém, se apressaram para defender o programa, uma das principais apostas do último governo na área da educação. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) usou as redes sociais para atacar o Executivo. ;Mais um retrocesso de um governo inimigo da educação. O fim do Ciência Sem Fronteiras é um escândalo;, comentou.

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