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Presidente Michel Temer nega recuo na reforma da Previdência

Inicialmente, o presidente afirmava que não seria possível fazer alterações no texto enviado pelo governo, porque qualquer mudança poderia ter um impacto no ajuste fiscal previsto

Após admitir mudanças em ao menos cinco pontos no texto original da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer negou, na tarde desta quinta-feira (6/4), que tenha havido um recuo do governo na proposta. O presidente disse que autorizou a negociação de pontos enumerados pelo relator da reforma, Artur Maia (PPS-BA), em "obediência" ao Congresso Nacional e que "aparentemente" não haverá repercussão de natureza fiscal com a flexibilização da reforma.

Inicialmente, o presidente afirmava que não seria possível fazer alterações no texto enviado pelo governo, porque qualquer mudança poderia ter um impacto no ajuste fiscal previsto. Diante da dificuldade para aprovar a matéria, sem votos suficientes, o governo decidiu ceder às sugestões de parlamentares. Temer, porém, negou que tenha sido um recuo.

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"Prestar obediência ao que o Congresso nacional sugere, que é o centro das aspirações populares, não pode ser considerado um recuo", afirmou. "Estamos trabalhando conjugadamente. Nós mandamos um projeto completo para ser examinado pelo Congresso Nacional. E de lá, que é o foco das aspirações populares, nos trouxeram as observações e nós autorizamos as negociações", continuou.

[SAIBAMAIS]Apesar das mudanças, o governo não cedeu em um dos pontos mais polêmicos da reforma, que estabelece a idade mínima de 65 anos para aposentadoria. O governo ainda não divulgou o impacto orçamentário que as mudanças podem ter. "Nós vamos depois analisar as ponderações, para ver se haverá algum repercussão de natureza fiscal, aparentemente não. Mas isso vamos fazer depois", disse o presidente.

Temer participou de reunião com Maia e ministros da área nesta quinta-feira para tratar da proposta. Segundo o presidente, na ocasião, o relator levou de quatro a cinco pontos a serem negociados. "Um problema central é o da idade e a questão do trabalhador rural, e nos sensibilizamos com isso, de igual maneira, com o Benefício de Prestação Continuada, com os deficientes. Vimos logo seria inadequada que eles não tivessem o que tem hoje", justificou o presidente.