postado em 11/04/2017 17:06
O ministro relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, pediu abertura de investigação contra nove ministros, 29 senadores, 42 deputados federais, três governadores, um ministro do Tribunal de Contas da União e 24 outros políticos e autoridades que, apesar de não terem foro, estão relacionadas aos fatos narrados pelos colaboradores. As decisões são baseadas nos pedidos de inquérito enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em 14 de março, com informações das delações dos executivos da Odebrechet. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Entre os parlamentares citados, estão os presidentes das duas Casas, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente; os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL) e mais 26; além de 42 deputados federais de diversos partidos como PT, PMDB, PSDB, DEM, PPS, PTB, PR, PSD, PCdoB, PP, PRB, PSB. O nome do relator da reforma da Previdência, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), também está entre os deputados federais com pedido de abertura de inquérito. Além dele, três membros titulares da comissão especial que discute a reforma na Câmara foram citados: Paulinho da Força (SD-SP), José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Júlio Lopes (PP-RJ), além do suplente no colegiado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Apesar de estar citado no pedido de abertura de dois inquéritos, o presidente da República, Michel Temer, não é alvo de investigação por causa da ;imunidade temporária; que o cargo lhe proporciona. Entretanto, o governo é fortemente atingido. Entre os ministros, estão Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência da República; Gilberto Kassab (PSD), da Ciência e Tecnologia; Helder Barbalho (PMDB), da Integração Nacional; Aloysio Nunes (PSDB), das Relações Exteriores; Blairo Maggi (PP), da Agricultura; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades; Roberto Freire (PPS), da Cultura; e Marcos Pereira (PRB), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Em fevereiro deste ano, Temer disse que afastará temporariamente do governo qualquer ministro denunciado na Operação Lava-Jato. A abertura de inquérito é a primeira etapa de um processo judicial. A segunda é a denúncia e a terceira é quando o investigado vira réu e passa a responder a um processo. Neste caso, Temer prometeu um afastamento definitivo.
Na lista há também políticos, ex-parlamentares e deputados estaduais, o ministro do TCU Vital do Rêgo Filho e os governadores do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), do Acre, Tião Viana (PT), e de Alagoas, Renan Filho (PMDB). Apesar de não terem foro no Supremo, os nomes estariam envolvidos com pessoas que têm foro. Os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva não aparecem na lista porque não possuem mais prerrogativa de função.