Politica

Dilma quis saber se Temer recebeu propina, segundo Odebrecht

PT e PMDB estavam envolvidos em pagamentos oriundos de contrato da Petrobras com a empreiteira

postado em 12/04/2017 18:13
O empreiteiro Marcelo Odebrecht revelou, em depoimento de delação premiada no âmbito da Lava-Jato, que a presidente Dilma Rousseff (PT) teria transparecido uma vontade de saber se o então vice, Michel Temer (PMDB), também recebeu dinheiro das propinas. "Eu achava que ela queria saber se Michel estava envolvido... mas você percebe que ela queria instigar quem era a pessoa que estava recebendo isso", relatou Odebrecht.

O herdeiro da empresa assumiu pagamentos para o PMDB e o PT de contrato PAC SMS da diretoria internacional da Petrobras. Este contrato era relativo à prestação de serviços dentro de plano de certificação de segurança, saúde e meio ambiente na área de Negócios Internacionais da estatal.


Segundo Marcelo Odebrecht, os repasses ao PMDB foram solicitados pelos então deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Os pedidos foram feitos a Márcio Faria, diretor de Óleo e Gás da empreiteira. Em relação ao PT, os valores teriam sido resolvidos com o tesoureiro João Vaccari. Ele acredita que o valor dos repasses foi "relevante, foi 10, 20 milhões de reais", pagos pouco antes da campanha de 2010.

Odebrecht afirmou ainda que a presidente da estatal na época, Graça Foster, sabia do dinheiro ilícito. "O que na época me foi informado, comentado, é que ela estava preocupada era com esse tal pagamento que foi feito para eleição de 2010 do grupo do PMDB", explicou. De acordo com o empreiteiro, ele soube dos pagamentos quando Foster telefonou para saber dos repasses ao PMDB oriundos deste contrato.

Medidas provisórias

Marcelo Odebrecht afirmou também que o "custo Congresso" aumentava com as "pontas soltas" deixadas pelo governo federal na edição de medidas provisórias (MPs). "(Em) várias MPs, não era incomum o governo deixar pontas soltas e a gente ter que ajustar via relator no Congresso", disse o presidente afastado. "Isso aumentava o custo no Congresso".

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