Rosana Hessel
postado em 21/04/2017 21:01
O prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que vem sendo apontado por especialistas como o nome provável para a candidatura presidencial do PSDB em 2018 enquanto a cúpula do partido está envolvida em delações na Operação Lava-Jato. ;O meu candidato para a presidência da republica é Geraldo Alckmin (governador do estado de São Paulo);, disse ele, após participar rapidamente do 16; Fórum Empresarial, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Foz do Iguaçu (PR) nesta sexta-feira (21/04). Segundo o empresário, Alckmin está ;constrangido; com o fato de ter o nome na lista das autoridades investigadas pela Justiça.
Dória Jr. evitou falar sobre especulações e garantiu que pretende concluir o mandato. ;Eu continuo com a opinião de que a maior contribuição que eu posso oferecer nesse momento à democracia brasileira é ser um bom prefeito;, disse. ;Eu pretendo cumprir o mandato. Fui eleito por quatro anos e é isso que eu vou cumprir;, garantiu. De acordo com ele ainda há muito tempo para as eleições presidenciais e, até lá, é possível que as suspeitas sobre o governador sejam dissipadas. ;Não quero antecipar nem ser o promotor da antecipação do processo eleitoral;, afirmou.
Críticas a Lula
O empresário não poupou críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas para a eleição do ano que vem, apesar das denúncias de corrupção nas investigações da Operação Lava-Jato. Na quinta-feira (20), em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, disse que foi orientado por Lula para destruir as provas que pudessem incriminá-lo. ;E eu faço a minha voz ser ouvida como cidadão, como brasileiro e como prefeito eleito da maior cidade brasileira. Considero um retrocesso para o Brasil a possibilidade de um facínora, que é Luiz Inácio Lula da Silva, o homem que planejou o maior assalto ao dinheiro público da historia do país;, afirmou ele, em tom incisivo. ;Ele assaltou, inclusive, o dinheiro dos trabalhadores, a quem prometia emprego, oportunidade, revitalização de vida, e promoveu 13 milhões de desempregados no Brasil e a maior recessão econômica da história. Milhares de empresas foram fechadas, a imagem do país ficou no chão internacionalmente e a desconfiança do mercado investidor e agora quer se apresentar como salvador?;, questionou.
Dória Jr. defendeu o governo de Michel Temer e conclamou os 400 empresários presentes no evento a se manifestarem em favor das reformas, principalmente, a da Previdência. ;Se não aprovarmos a reforma da Previdência e a reforma trabalhista, o país não sairá dessa letargia. E essa letargia vai provocar mais desemprego, mais recessão e mais atraso para o Brasil;, afirmou. ;Não podemos imaginar que uma minoria ruidosa, principalmente de sindicalistas, aqueles que preferem adotar o Brasil do passado se sobreponha àqueles que querem adotar o Brasil do futuro. É preciso que essa maioria silenciosa saiba fazer barulho, saiba pressionar adequadamente e positivamente o congresso nacional pela aprovação das reformas. É essencial;, afirmou.
Visita ao Vaticano
O prefeito contou que, quando foi visitar o Papa Francisco no Vaticano, na última quarta-feira (19), pediu para que ele revisse a decisão de não vir ao Brasil em outubro e achou o pontífice ;muito simpático; e sorriu várias vezes.
;Eu brinquei com ele e falei par ele, Santo Padre, sou perseverante como todo brasileiro e quando ele disse que seria difícil eu respondi, não é impossível. Aí ele sorriu;, contou. ;Eu disse a ele, o senhor sabe que eu sou brasileiro e os brasileiros não desistem nunca. E ele sorriu novamente;, emendou.
Quando foi entregar o presente que levou ao Papa, uma camisa da seleção brasileira assinada pelos jogadores na semana passada, Dória Jr. contou que o pontífice abriu um novo sorriso quando ele disse que sabia que sabia que o chefe da igreja católica gostava muito da seleção canarinho e respondeu: ;Depois da seleção argentina e do São Loureço (time do coração do Papa);, completou prefeito, rindo também.
*a jornalista viajou a convite do Lide