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Para Temer, rejeição às reformas é fruto de uma "luta política"

Presidente concedeu entrevista ao programa RedeTV News nesta quinta; foi sua primeira fala pública, após divulgação de pesquisa que mostra que 71% do país é contra a reforma da Previdência

postado em 04/05/2017 23:40
Presidente Michel Temer fala ao programa RedeTV News
O presidente da República Michel Temer concedeu entrevista ao programa RedeTV News na noite desta quinta-feira (4/5). Foi a primeira vez que o peemedebista falou publicamente, após a divulgação de uma pesquisa do instituto Datafolha que mostrou que 71% dos brasileiros são contra a Reforma da Previdência.

As reformas propostas pelo Planalto, aliás, foram o principal tema da conversa. Temer chegou a dizer que o alto índice de reprovação às alterações na Previdência é fruto de uma "luta política", referindo-se, principalmente, ao Partido dos Trabalhadores, partido da ex-presidente Dilma Rousseff e principal opositor das reformulações. "Não estão discutindo tecnicamente, porque, se discutissem, perderiam", disparou.

Na avaliação do presidente, se a reforma da Previdência não for feita agora, ela será "inevitável daqui a quatro ou cinco anos", com "sacrifícios para os aposentados e servidores públicos". Sobre as pesquisas que indicam a rejeição dos brasileiros, o peemedebista mostrou-se crítico ao modo como elas são feitas, afirmando que se fosse questionado, também diria ser contra a reforma. "Agora faça a pergunta de outra maneira: ;você é a favor de que muita gente se aposente com menos de 50 anos de idade, ganhando, às vezes, R$ 30, R$ 40 mil? A minha resposta seria outra. Então depende do ângulo que você faça a pesquisa", ponderou.
Presidente Michel Temer durante entrevista ao programa RedeTV News
A outra reforma, a Trabalhista, foi o tempo todo chamada por Temer de "modernização". Ele garantiu que ela não vai retirar direitos dos trabalhadores e contribuirá para a geração de empregos. Um dos principais pontos da reformulação, o que prega que os acordos coletivos vão se sobressair à lei, foi defendido veementemente pelo líder do Executivo. "Não estamos em 1943, quando foi editada a CLT. Hoje, as pessoas que estão nos sindicatos, tanto dos patrões, quanto dos trabalhadores, têm condições para firmar acordos e vontades. Saberão e sabem negociar", avaliou.

Renan e reeleições

Questionado sobre a postura do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem criticado publicamente as reformas, Temer respondeu que o companheiro de sigla é de "idas e vindas". "Ele já foi muitas vezes e voltou. Estou esperando que ele volte", afirmou. "Os jornais têm noticiado que a preocupação dele é com a reeleição. Então ele faz tudo isso tendo em vista o eleitorado de Alagoas. Eu compreendo isso", acrescentou.

O presidente também estimulou os parlamentares a votarem a favor das reformulações sem se preocupar com a reeleição, dizendo que ele mesmo foi relator de uma reforma da Previdência em 1995 e acabou se reelegendo com ainda mais votos. Contudo, mais uma vez o peemedebista descartou a possibilidade de disputar o Planalto em 2018 e se colocou como o presidente que abriu mão da popularidade para "arrumar" o Brasil. "Se eu não colocar o país nos trilhos, o próximo presidente não vai resolver o problema".

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