Hamilton Ferrari
postado em 11/05/2017 19:19
Assim como fizeram em Angola, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e o Emílio Odebrecht, presidente da construtora Odebrecht, articularam a ida da empresa do ex-ministro Franklin Martins, Polis Caribe, para participar da campanha de eleição de José Domingo Arias, no Panamá, disse Monica Moura. Arias foi derrotado.
Na delação, Monica conta que João Santana não queria fazer a campanha, "por falta de tempo e afinidade política". Emilio teria pedido a Lula para convencê-lo, e então Monica negociou, diretamente com o presidente panamenho Ricardo Martinelli, o valor de US$ 21 milhões pelo serviço de Santana.
Martinelli teria dito a Monica que aceitava o preço, desde que a Odebrecht pudesse pagar "por fora". Monica acertou então com o executivo da empreiteira brasileira no Panamá, André Rabello. Dos US$ 21 milhões, segundo Monica, US$ 4,5 milhões foram pagos por agências de propaganda que serviam ao governo do Panamá. Outros US$ 500 mil lhe foram entregues pessoalmente pelo então presidente Martinelli, no gabinete dele do Palácio das Garças.
E do restante US$ 16 milhões, a Odebrecht pagou US$ 11,4 milhões de formas diversas, inclusive pela offshore da empreiteira no Peru, Isagon, que teria pedido recibos. E em espécie no Brasil, entregue por Fernando Migliaccio. Restou uma dívida de US$ 5 milhões.