Politica

Delcídio pagou R$ 2 milhões via caixa 2, segundo João Santana e a mulher

A negociação com Santana ocorreu na sauna da casa do petista, em Campo Grande (MS), porque o Delcídio queria manter o sigilo

Azelma Rodrigues - Especial para o Correio
postado em 11/05/2017 21:22
Ex-senador Delcídio Amaral
O documento de 698 páginas da delação premiada do casal João Santana e Monica Moura, ex-marqueteiro de campanhas eleitorais do PT, mostra que em 2002 o ex-senador Delcídio do Amaral pagou R$ 2 milhões no exterior, via caixa 2, para sua campanha ao Senado. O outros R$ 2 milhões foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
[SAIBAMAIS]A negociação com Santana ocorreu na sauna da casa do petista, em Campo Grande (MS), porque o Delcídio queria manter o sigilo. Segundo o documento, ;João Santana foi convidado, de forma inusitada, a conversar dentro da sauna, pois claramente Delcídio do Amaral visava preservar informações quanto a valores e forma de pagamento;. Os documentos da delação feita a membros da Procuradoria Geral da República, na operação Lava-Jato, foram liberados hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A delação precisou do aval do STF por mencionar vários políticos.
Monica contou em seu depoimento que o atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, teria intermediado recursos de caixa 2 para a campanha de Patrus Ananias à prefeitura de Belo Horizonte. Também um ex-funcionário do casal, André Luiz Reis Santana, menciona, na delação, que entre julho e agosto de 2012, recebeu "uma maleta com o valor de R$ 800 mil para entregar ao senhor Fernando Pimentel para transportar para Belo Horizonte."
O funcionário também assegura que o valor era para pagamento dos fornecedores da campanha de Patrus Ananias. Reis dá detalhes (e documentos) de como participava do esquema viajando, buscando e entregando valores das propinas. "Os valores recebidos em alguns casos eram entregues em sacos pretos lacrados", diz na delação.
Conta que buscava e levava senhas para Monica, e que recebeu dinheiro do executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio e com a secretária Maria Lucia Tavares. Na campanha da Dilma, em 2014, chegou a receber R$ 1,5 milhão em São Paulo, ;numa mala grande;, tomou um táxi, depois interceptado de maneira cinematográfica por três carros que levaram o dinheiro e seu celular. A operação seria confirmada por Monica, mais tarde.

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