Agência Estado
postado em 15/05/2017 19:40
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), visitou a CPI da Previdência na tarde desta segunda-feira (15/5), para defender a reforma proposta pelo presidente Michel Temer. "Das reformas que avaliei, já feitas ou em curso, não há país no mundo que esteja fazendo uma reforma da Previdência tão suave e com um prazo de transição tão grande como o do Brasil, que é de 20 anos", argumentou o senador.
O líder do governo argumentou que a reforma é inevitável. "A Previdência é um desafio para a sociedade brasileira. Se não resolvermos isso, quem pagará a conta serão os aposentados. Estamos fazendo uma transição, a mais tranquila da história, para que não seja necessário cortar na carne dos pensionistas e aposentados."
Jucá confirmou a fala do presidente Michel Temer, que tem afirmado em entrevistas que a atual proposta para a Previdência é tão branda que não corrige o déficit previdenciário, apenas diminui seu ritmo de crescimento, de forma que outras reformas serão necessárias no futuro.
Ele afirmou ainda que seria ótimo que o governo Temer não precisasse fazer reformas e pudesse ampliar investimentos, mas que foi uma opção do governo buscar a estabilidade econômica e a segurança jurídica para aqueles que forem governar futuramente.
Briga de números
O senador, que não é integrante da CPI, pediu a palavra logo após a explanação da secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, que apresentou números que apontam déficit previdenciário e defendeu que a reforma da Previdência é necessária.
"Nesta comissão foram desmitificadas algumas questões, como a de que a Desvinculação de Receitas da União (DRU) retira recursos da Previdência, ou que a Previdência dá lucro", afirmou em relação à apresentação da secretária.
Outros senadores, entretanto, argumentam que os números do governo não batem com os de outras fontes.
O presidente da comissão, Paulo Paim (PT-RS), afirmou que dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip) apontam que a Previdência não possui qualquer rombo.
Segundo Jucá, o governo não tem medo de discutir os números da Previdência e está aberto a qualquer sugestão na reforma, desde que demonstre tecnicamente que traz sustentabilidade para as contas previdenciárias.