Paulo de Tarso Lyra
postado em 16/05/2017 16:19
Presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, confirmou na tarde desta terça-feira (16/5) para o dia 6 de junho a retomada do julgamento que analisará o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer. O julgamento havia sido interrompido no mês passado após o pedido da defesa da ex-presidente Dilma de ouvir novas testemunhas e do procurador-geral eleitoral Nicolao Dino de tomasr o depoimento dos ex-marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que fecharam acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba.
O julgamento será dividido da seguinte forma: duas sessões ordinárias às 19h do dia 6 e às 9h do dia 8 de junho e mais duas extraordinárias nos dias 7, às 19h, e também no dia 8, às 19h.
[SAIBAMAIS] O ministro Herman Benjamin distribuiu ontem aos demais membros da corte o novo relatório colhido a partir das testemunhas ouvidas nas últimas semanas, que incluem ainda o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. O relatório tem 1,2 mil páginas e alguns ministros ainda não terminaram a leitura.
O julgamento também terá como novidade a presença dos dois novos ministros, Adimar Gonzaga, que substitui Henrique Neves, e Tarcísio Vieira de Carvalho, que entrou no lugar da ministra Luciana Lossio.
No aprecer entregue ontem, o procurador-geral eleitoral Nicolao Dino pediu a perda dos direitos políticos da ex-pres Dilma Rousseff e isentou o presidente Temer de responsabilidade nas denúncias de caixa 2 nas campanhas de 2010 e 2014, alegando que, pela posição que ocupava na chapa, ele não teria condições de participar diretamente das negociações envolvendo pagamento de propina pela Odebrecht.
Dino já havia feito este pedido em março. Um dos principais argumentos do procurador é que, em depoimentos, João Santana e Mônica Moura afirmaram que Dilma Rousseff sabia do uso de caixa 2 na campanha de reeleição, mas que não trataram de assuntos financeiras com o atual presidente Michel Temer.