Agência Estado
postado em 25/05/2017 21:13
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, sinalizou a senadores que a Corte não deve se envolver, pelo menos por enquanto, na crise política causada pelas revelações da delação dos empresários do grupo J.
Uma matéria publicada no site institucional do STF relata o encontro que a ministra teve na manhã desta quinta-feira (25/5) com parlamentares da oposição, e diz que Cármen afirmou que "a hora é de serenidade, de calma e de cumprimento da lei".
O site afirma ainda que os senadores haviam solicitado o encontro para falar das ações apresentadas na véspera contra o decreto do presidente Michel Temer, que convocou as Forças Armadas para atuar em Brasília durante a manifestação de quarta-feira, mas que, como o ato foi revogado no momento em que os senadores estavam no Supremo, "as conversas se voltaram para as questões atuais".
A notícia diz que entre os temas tratados, o grupo abordou "a grave crise política" e que a "a ministra lembrou, no entanto, que o Judiciário não é um espaço político". "Aqui é uma Casa em que aplicamos o direito", teria dito ela.
A presidente do STF também teria afirmado que, neste momento, é importante que todos ajam com prudência e racionalidade. "Ou o Brasil se salva com a Constituição, ou vamos ter mais problemas", disse.
Crise
Não é comum o site institucional do Supremo divulgar conversas que a presidente tem em reuniões privadas, que costumam ser fechadas para a imprensa. Desde a semana passada, a presidente do STF e demais ministros da Corte têm evitado se manifestar sobre a crise que ameaça tirar Temer da Presidência.
Nessa quarta-feira (24/5), Cármen decidiu continuar a sessão do plenário mesmo após ser avisada de que os protestos na Esplanada haviam saído do controle. Enquanto bombas eram jogadas e prédios eram depredados, os ministros debatiam questões tributárias.