Luana Melody Brasil - Especial para o Correio
postado em 30/05/2017 16:58
A secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), Alicia Bárcena, criticou a lei do teto dos gastos, promulgada em dezembro do ano passado e que limita o crescimento dos investimentos federais pelos próximos 20 anos. Em entrevista coletiva concedida por vídeo-conferência no BNDES, Bárcena viu com preocupação a política e destacou que ela deve ser revisada nos próximos anos para evitar %u200Bo aumento da desigualdade no Brasil.
%u200BBárcena, que apresentou dados sobre desigualdade social na América Latina, também chamou atenção para os avanços conquistados pelo país entre 2008 e 2014, entre os quais a melhoria da formalização do trabalho, distribuição de renda e ingresso das mulheres no mercado de trabalho. Por outro lado, avaliou que as reformas que tramitam no Congresso devem garantir melhorias na distribuição de renda e não podem manter privilégios.
A secretária-executiva também apresentou os últimos indicadores de desigualdade na região latinoamericana. Segundo o mais recente levantamento da Cepal, o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade nos países, mostrou em 2015 um valor médio de 0,469 para 17 países, considerado um número alto -- nesse índice, 0 significa ausência de desigualdade e 1 desigualdade máxima.
Apesar de ter diminuído 1,2% ao ano entre 2008 e 2012, o ritmo de declínio desacelerou entre 2012 e 2015 para 0,6% ao ano. Entre os motivos para a desaceleração, estão as crises políticas e econômicas vivenciadas na região durante esse período. Em relação aos avanços, foram destacados o aumento do salário mínimo e da formalização do emprego nos países latinoamericanos.