Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/06/2017 19:24
O advogado de defesa do presidente Michel Temer, Gustavo Guedes, afirmou há pouco que a tentativa do relator do processo, ministro Herman Benjamin, de afirmar que houve um fundo rotativo para pagamento de propinas, que abasteceu a campanha presidencial de 2014, não pode ser levada em consideração porque uma coisa é uma conta de um partido e outra, conta de campanhas eleitorais.
"Se um partido pega um dinheiro para pagar propina ou para repassar para outros partidos, é uma questão que tem a ver com ele. O que se está analisando nesse processo são as contras de campanha de Dilma e Temer na disputa de 2014", justificou.
O advogado disse ainda que isso significa qualquer tipo de anistia a pessoas que eventualmente tenham pago propina para financiar partidos. "Isso pode ensejar em um outro momento ações criminais contra essas pessoas, mas não é objeto da ação que está sendo analisada aqui no plenário", disse.
Guedes também comemorou a decisão da maioria do plenário, embora ainda não expressa em votos, de excluir dos depoimentos dos executivos da Odebrecht e também do casal João Santanna e Mônica Moura do processo e análise do TSE. "Não é nada contra as pessoas que falaram, mas sobre o que eles falaram. Como o ministro Herman não conseguiu encontrar elementos para comprovar o abuso de poder econômico e político na eleição de 2014, teve que buscar outros elementos de campanhas anteriores, como 2006, 2008 e 2010. Não faz nenhum sentido atrelar uma conta de campanha de 2010 ao julgamento da eleição de 2014."