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PF desarma policiais civis que faziam segurança de Joesley em depoimento

Policiais tiveram as armas apreendidas e foram convocados à explicar o motivo de estarem fazendo o trabalho de segurança

Renato Souza
postado em 21/06/2017 17:00
Joesley chegou por volta das 9h ao prédio da PF. Com um blazer preto e um boné, ele estava acompanhado de advogados e não falou com a imprensa Dois homens que faziam a segurança do empresário Joesley Batista, dono da JBS, em seu depoimento à Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (21/6), foram identificados pelos agentes da PF como policiais civis do Estado de São Paulo.

Os dois tiveram as armas apreendidas e foram convocados a explicar o motivo de estarem fazendo o trabalho de segurança, uma vez que isso caracteriza exercício irregular da profissão de policial. Até a última atualização desta reportagem, a dupla estava sendo ouvida. O motorista do empresário também foi interrogado.

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Joesley, um dos delatores da Operação Lava-Jato, presta depoimento hoje na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. O depoimento ocorre no âmbito da operação Bullish, deflagrada em 12 de maio, que investiga irregularidades em empréstimos de R$ 8,1 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para a JBS, com a presença de investigadores de outra operação, a Greenfield.

O empresário do grupo J, que controla a JBS, chegou por volta das 9h ao prédio da PF. Escoltado e acompanhado de advogados, Joesley entrou de forma discreta no prédio, vestindo um blazer preto e um boné, e não falou com a imprensa. O depoimento dele ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) discute a homologação do acordo de colaboração dos executivos do grupo J. Um dos temas a ser julgado é a imunidade concedida a Joesley.

Nessa terça-feira (20/6), a Polícia Federal entregou ao STF um relatório preliminar no qual aponta indícios de crime de corrupção passiva cometido pelo presidente Michel Temer e por seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no inquérito aberto com base na delação de Joesley. A PF também pediu mais dias de prazo para encerrar a apuração. O inquérito que investiga Temer e Rocha Loures não foi concluído na parte em que são apurados crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. O laudo final da perícia nos áudios gravados por Joesley não foi totalmente finalizado.

"Chefe de quadrilha"


A delação premiada de Joesley Batista e de outros executivos do grupo JBS levou à abertura de um inquérito contra o presidente Michel Temer (PMDB). A investigação de suspeitas de corrupção provocou a pior crise do governo até o momento. Temer tem refutado as acusações lançadas sobre ele após investigação contra ele iniciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A defesa de Temer entrou com pedido na 12; Vara do Distrito Federal para processar por calúnia e difamação o empresário, mas o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos negou. A ação, apresentada na segunda-feira (19/6), alegava que Joesley caluniou o presidente ao afirmar, em entrevista concedida à revista Época, que temer é "chefe de uma quadrilha perigosa" e que exigiu dele dinheiro para financiar campanhas do PMDB.

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