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Comissão de Ética abre processo contra dois ministros de Temer

Gilberto Kassab (Comunicações) e Marcos Pereira (Mdic) são os dois novos investigados. Decisão semelhante já foi tomada em relação a Geddel Vieira Lima, Guido Mantega, Fernando Pimentel e ao ex-vice-presidente da Caixa Antonio Carlos Ferreira

Rosana Hessel
postado em 03/07/2017 13:47
Gilberto Kassab, ministro das Comunicações e Ciência e Tecnologia, é um dos investigados
Em reunião extraordinária realizada na manhã desta segunda-feira (3/7), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) decidiu abrir processo para apuração do envolvimento em denúncias de corrupção de dois ministros do presidente Michel Temer. Fazem parte das investigações da CEP o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Marcos Pereira, e o ministro das Comunicações e Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab.
O ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que se afastou após denúncias de que tentava favorecimento pessoal para a liberação de uma licença para a construção de um prédio no qual tinha um apartamento em Salvador, também está sendo investigado pela CEP.
Ao todo, foram divulgados os nomes de seis investigados pela Comissão de Ética por recebimento de recursos ilícitos enquanto ocupavam cargos públicos. Além de Pereira, Kassab e Lima, também serão intimados pela CEP o governador de Minas Gerais e ex-ministro do Mdic de Dilma, Fernando Pimentel; o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega; e o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Antonio Carlos Ferreira.

Delações da JBS

Os delitos que serão investigados fazem parte das delações premiadas dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da holding J no âmbito da Operação Lava-Jato, homologadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Se condenados, os ministros do governo do peemedebista podem ser advertidos ou até exonerados.
Temer também está sendo denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva e deverá sofrer outros processos e está preparando sua defesa junto ao Congresso Nacional.
As autoridades e ex-autoridades devem prestar esclarecimentos de defesa à CEP no prazo de 10 dias corridos, a contar do recebimento dos respectivos ofícios, de acordo com nota assinada pelo presidente da Comissão de Ética, Marcelo de Azevedo Menezes.
A próxima reunião da CEP está marcada para dia 31 de julho. Como não correm o risco de perder seus respectivos cargos por não estarem mais na função, as ex-autoridades podem ser punidos por ;censura ética;, a máxima que pode ser aplicada pela Comissão de Ética a um servidor que deixou a administração pública.

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