postado em 11/07/2017 06:01
Em meio à indefinição do PSDB sobre seguir ou não na base do governo ; a reunião de caciques da legenda, ontem, em São Paulo, não havia acabado até o fechamento desta edição ;, a bancada tucana na CCJ da Câmara, composta por sete parlamentares, deve votar a favor do parecer do relator da denúncia contra Michel Temer na Casa, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ). Seriam cinco votos a dois.
A favor do presidente da República estariam apenas Paulo Abi-Ackel (MG) e Elizeu Dionizio (MS), este último pressionado pelo governador de seu estado, Pedro Taques. Os demais membros titulares do partido na comissão são Betinho Gomes (PE), Fábio Sousa (GO), Jutahy Junior (BA), Rocha (AC) e Silvio Torres (SP).
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A reunião de ontem da cúpula do PSDB, no Palácio dos Bandeirantes, sede do executivo paulista, foi classificada como de emergência. Do encontro participaram o senador Aécio Neves (MG), o presidente de honra da sigla, Fernando Henrique Cardoso; o governador de São Paulo, Gerado Alckmin; o governador de Goiás, Marconi Perillo; e o prefeito da capital paulista, João Doria, além de outras autoridades da sigla e parlamentares.
No domingo, chamou a atenção a declaração de Alckmin. O governador adiantou não ver motivo para o PSDB participar do governo depois da votação da reforma trabalhista, prevista para hoje no Senado.
Divisão
A iniciativa de convocar o encontro foi tomada num momento de acirramento do racha entre os tucanos. O senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do partido, disse na semana passada que o país ;beira a ingovernabilidade;, e o senador Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que a gestão Temer ;pode estar diante do início do fim;. Além disso, existe o temor que a impopularidade de Temer possa contaminar o PSDB nas eleições de 2018.
Na avaliação de Alckmin, os tucanos devem ajudar o Brasil, ;mas sem precisar participar do governo;. Questionado sobre se este é o momento certo para o PSDB sair da base aliada, respondeu que, por ele, encerraria a aliança, mas ponderou que o partido tem responsabilidade com o país, ajudando na aprovação das reformas.
FHC, por sua vez, já pediu a Temer que renunciasse. Ontem, a assessoria do ex-presidente confirmou que ele recebeu convite para conversar com o peemedebista no fim de semana, mas que não aceitou porque tinha compromissos familiares e uma viagem marcada ao exterior. FHC embarcará de férias para a Europa somente hoje e voltará ao Brasil no início de agosto.