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Ex-secretario de Cabral diz que trabalhou voluntariamente em campanha

O publicitário Francisco de Assis Neto disse ainda que à época se sentiu "honrado" com o convite do ex-governador, pai de Marco Antônio, feito em 2013

Agência Estado
postado em 12/07/2017 18:47

O ex-secretário adjunto da área de publicidade do governo de Sérgio Cabral, o publicitário Francisco de Assis Neto, o Kiko, afirmou em depoimento à Justiça ter trabalhado de forma voluntária na campanha do deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ) com objetivo de ter uma projeção profissional. Ele disse ainda que à época se sentiu "honrado" com o convite do ex-governador, pai de Marco Antônio, feito em 2013.

[SAIBAMAIS]"Cabral é um profissional de comunicação, conhece diversos publicitários e me chamou para trabalhar na campanha do filho dele, disse que confiava em mim. Eu me senti honrado, para o meu portfólio seria importante. Isso me daria uma projeção se fizesse uma campanha vencedora", afirmou ao juiz Marcelo Bretas, da 7; Vara Federal Criminal do Rio. Ele atuou na campanha de 2014.

Kiko, dono da empresa de comunicação Corcovado, negou ter recebido R$ 7,7 milhões do esquema. Segundo ele, os recursos que recebia eram usados para pagar fornecedores da campanha. A investigação aponta que o ex-subsecretário de Cabral teria recebido esse valor em espécie num intervalo de três meses, através de repasses dos delatores Renato e Marcelo Chebar, "que se apresentam como os doleiros responsáveis pela movimentação financeira da organização criminosa".

O ex-subsecretário afirmou que recebeu para trabalhar na campanha apenas reembolso de combustíveis, além de ter alimentação fornecida no galpão da campanha. "Não tive salário", disse. Ele acrescentou que indicou algumas pessoas que trabalhavam com ele para integrarem a campanha e que eles, sim, foram remunerados como ;free lancers;.

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O publicitário disse que os valores que recebia eram para pagar fornecedores da campanha ligados à área que era responsável, de comunicação. Segundo ele, eram repassadas as necessidades de recursos por dois funcionários da sua empresa que atuavam na campanha e Carlos Miranda, apontado como operador financeiro do esquema, entregava os valores para uma funcionária identificada como Daniele.

"Nunca tive conhecimento de esquema do Cabral, não tinha elementos que levasse a isso", disse em resposta à sua advogada.

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