O presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) jantarão nesta terça-feira (18/7) na residência oficial da Câmara, a pedido de Temer. O encontro acontece no mesmo dia que o titular do Planalto tomou café com a parte dissidente da bancada do PSB que, desrespeitando a orientação nacional, votou contra a abertura de investigação em relação ao peemedebista.
No café da manhã, Temer brincou com a possível conversa dos socialistas com o DEM de Maia. "Se vocês estão querendo ir para o DEM, por que não vêm para o PMDB?". Maia tem conversado com representantes de diversos partidos ; PSB, PSD, Podemos e outras legendas ; para elaborar uma agenda comum e preparar o terreno para voos maiores em 2018.
Depois do café com o presidente, a ala dissidente do PSB reuniu-se com Maia na residência oficial do presidente da Câmara para discutir a possível migração de deputados do PSB para o DEM. Além do deputado Danilo Forte (PSB-CE), participaram do encontro parlamentares do DEM, como Pauderney Avelino (AM), e do PSB, como a líder do partido na Câmara, deputada Tereza Cristina (MS).
Lealdade a Temer
O encontro entre Temer e Maia acontece em um momento em que crescem as articulações no Congresso para que o presidente da Câmara assuma o Planalto no lugar do peemedebista, denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva. A admissibilidade desta denúncia, aliás, depende da aprovação no plenário da Câmara.
Maia programou a votação para 2 de agosto, mas depende, no entanto, de um quórum de 342 parlamentares. O número foi uma exigência do próprio deputado, sob a alegação de que o resultado da votação poderia ser contestado no Supremo Tribunal Federal (STF) se ocorresse com um quórum menor. Para que a denúncia tenha seguimento, é preciso o apoio de 342 deputados.
Em entrevista ao programa Roberto D;Avila, da Globonews, nesta segunda-feira, Maia disse que foi procurado por parlamentares e empresários para debater um eventual papel de presidente da República, mas afirmou que respondeu que não é essa sua função.
"Digo (a quem me procura) que meu papel é presidir a Câmara e de minha parte não haverá nenhum movimento que prejudique o presidente. O árbitro nem votar vota, ele preside a sessão. Eu não posso me movimentar nem numa posição nem noutra. Dentro de casa sou cobrado para ser leal, como aprendi com meu pai e minha mãe", afirmou.
"Sou cobrado todo dia pela minha mãe. Ela me mandou uma mensagem de texto e eu até assustei: ;Você não vai conspirar, né?; (Respondi:) ;Você me ensinou que eu tenho de ser leal e assim eu sou;;. Mostrei (a mensagem da mãe) para o presidente (Temer)", completou Maia. A mãe do deputado é a chilena Mariangeles Ibarra Maia e seu pai é o ex-prefeito e vereador no Rio César Maia (DEM).