Bernardo Bittar
postado em 01/08/2017 17:31
Os partidos de oposição ao governo se reuniram na tarde desta terça-feira (1;/8), após a leitura do relatório no plenário da Câmara dos Deputados, para adotar posição unificada na votação desta quarta-feira (2/8) sobre o parecer da denúncia contra o presidente Temer. O objetivo é "desafiar" o governo a conseguir quórum para o voto. Nos bastidores, a conversa é de que o governo já canta vitória, mas a oposição garante que, sem eles, a sessão nem começa.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) diz que a estratégia é a mesma usada hoje para a leitura do relatório: esvaziar o plenário. Nesta terça, a sessão que retomou a questão da denúncia após a volta do recesso parlamentar contou com a presença de poucos deputados.
Julio Delgado (PSB-MG) acredita que muitos parlamentares de partidos da base podem "virar a folha", isto é, votar contra o presidente Temer, porque estão envergonhados com a situação. Além disso, tem convicção de que a votação, marcada para às 9h, só deve ter início à tarde. "Em Brasília, 24 horas é uma eternidade, não consigo prever", afirma.
Os parlamentares do PT fizeram reunião à parte. Os 58 deputados podem ser decisivos. A presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, sinalizou que o partido está com a oposição e vai obstruir o quórum. No entanto, o governador da Bahia, o petista Rui Costa, exonerou dois deputados estaduais para que votem no plenário. A expectativa é de que eles se abstenham na votação, posicionamento que é favorável a Temer, já que é papel da oposição conseguir os 342 votos necessários para aprovar a abertura da investigação no Supremo Tribunal Federal.
"Sou a favor de eleições diretas para presidente", justificou o secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia", Fernando Torres (PSD). De acordo com Josias Gomes da Silva (PT), de Relações Institucionais, não há como apostar no afastamento ou não de Temer como solução para o Brasil: "É tirar um golpista para colocar outro", em referência à Rodrigo Maia (PMDB-RJ).
Com informações da Agência Estado.